No dia em que a Grécia está parada devido a uma greve geral de 24 horas contra o encerramento da televisão e rádio públicas, a TSF conversou com um jornalista grego que dá conta do choque sentido pela população que viu desaparecer num dia um serviço público com 70 anos de história.
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Começou à meia-noite e vai prolongar-se por 24 horas. A Grécia amanheceu em compasso lento, com os transportes parados e as estações vazias.
A paralisação foi convocada pelos sindicatos em protesto contra a decisão do governo de fechar a rádio e e televisão públicas.
A população está, no geral, muito descontente com a decisão do governo. É o que contou à TSF Kostas Kallergis, um jornalista grego, que diz que as pessoas questionam uma opção que duvidam que venha a ter qualquer efeito relevante nas contas do Estado.
«Definitivamente as pessoas sentem a mudança depois do fecho da televisão e da rádio. Digamos que é uma boa desculpa para mobilizar as pessoas e é por isso que, pela primeira vez, o ponto de encontro da greve geral não é a praça central de Atenas mas a sede da ERT. Há uma mistura de raiva e desilusão porque mais uma vez vai ser gasto muito dinheiro e nada de novo ou tangível vai sair daí», afirma.
Kostas Kallergis sublinha ainda a estreita relação que muitos gregos tem com a rádio e a televisão pública do país.
«Há muita raiva porque há um sentimento de ligação com a rádio e televisão estatal. Muitas pessoas cresceram com programas, música, os programas de rádio... ver tudo isto desaparecer num dia é um choque para muitas pessoas», desabafa.