O presidente do Afeganistão rejeitou hoje as explicações dos Estados Unidos sobre o caso do soldado norte-americano que matou 16 civis a tiro, alegando que as testemunhas afegãs têm outra versão dos acontecimentos, noticiou a AP.
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Numa reunião com familiares das vítimas, Hamid Karzai deixou claro que a morte dos 16 afegãos não pode ser atribuída a uma só pessoa.
«Nesta família, foram mortas pessoas em quatro salas (...) os corpos foram depois reunidos num único quarto e incendiados. Isto não é trabalho de um só homem», disse Karzai.
Anteriormente, aldeões e familiares das 16 vítimas tinham dito que era impossível um único homem armado ter morto nove crianças, quatro homens e três mulheres em duas aldeias, perto de um posto militar norte-americano, no sul do Afeganistão.
Karzai adiantou que a delegação afegã enviada à província de Kandahar para investigar as mortes dos civis não teve a esperada cooperação dos Estados Unidos da América.
«Muitas perguntas continuam sem resposta e levantarei 'bem alto' essas questões aos militares norte-americanos», disse o presidente afegão.
Já hoje, numa conversa telefónica com o presidente dos EUA, Karzai e Obama reafirmaram o objetivo da retirada das forças internacionais até final de 2014 e falaram da sua presença em aldeias afegãs.
Na quinta-feira, Karzai tinha afirmado, em comunicado, que Cabul tencionava garantir a segurança do país a partir de 2013, no lugar da força da NATO, e não no final de 2014, como estava previsto.
De acordo com fontes da Casa Branca e da presidência afegã, os dois presidentes reafirmaram que «as forças afegãs concluirão o processo de transição e assumirão a total responsabilidade da segurança no conjunto do país no final de 2014».
O comunicado da Casa Branca esclarece que a partir de 2013 «a chefia das operações de combate passará progressivamente para as forças afegãs, cabendo aos norte-americanos um papel de apoio».