O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, prometeu triplicar o número de patrulhas explicando que são militares em missão humanitária para evitar novos naufrágios com imigrantes ilegais. A TSF conversou com o comandante Novo Palma, que encontra semelhanças com a missão europeia que chefiou na Somália.
Corpo do artigo
Os recentes naufrágios em Lampedusa, na Sicília, no sul de Itália, fizeram a União Europeia olhar com mais atenção para o drama da imigração ilegal.
Durão Barroso, que esteve em Lampedusa na semana passada para homenagear as vítimas, discutiu com as autoridades italianas o contributo da Comissão Europeia, com vista a mais medidas e ações concretas que possam ser tomadas a nível europeu e nacional para fazer face ao fenómeno dos fluxos de refugiados e às dificuldades dos Estados-membros afetados.
Também o primeiro-ministro italiano Enrico Letta prometeu triplicar o número de patrulhas por mar e pelo ar, uma força militar de caráter humanitário para patrulhar o Mediterrâneo para evitar mais naufrágios de barcos de imigrantes.
Letta explicou ontem que é necessária uma intervenção imediata e que «não pode esperar por abril ou março» e assegurou que não concorda com a atual lei sobre imigração italiana, a polémica Bossi-Fini, que entre outras coisas tipifica como delito a imigração ilegal e que a aboliria.
Em entrevista à TSF, o comandante Novo Palma diz que encontra semelhanças entre esta missão europeia no Mediterrâneo e a missão que chefiou na Somália.
Novo Palma esteve aos comandos da Fragata Álvares Cabral, executando a operação Atalanta que tinha como objetivo assegurar a proteção dos navios que transportam ajuda humanitária e combater a pirataria.
O comandante acredita que no Mediterrâneo as dificuldades vão ser as mesmas: a vastidão da área e os meios disponíveis. A duração da missão que se adivinha prolongada também vai obrigar a cuidados especiais.