Confrontos e pilhagens protagonizaram uma noite de violência em Manchester, anunciou a polícia, que descreve uma criminalidade «sem consciência nem arrependimento».
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Estes actos de violência, cometidos por pessoas «que não têm razões para se manifestar» trouxeram «vergonha para as ruas», afirmou o chefe adjunto da polícia de Manchester.
Em conferência de imprensa, Garry Shewan, disse que, esta terça-feira, a cidade registou «níveis anormais de violência e uma vergonhosa criminalidade contra a população».
Houve «lojas pilhadas e armadilhadas» e os responsáveis por aqueles actos de violência «não demonstram nem arrependimento nem consciência das suas acções», sublinhou.
A polícia local diz que a cidade registou os piores motins das últimas três décadas. Gary Shewan conta que «este é o pior episódio de criminalidade que alguma vez assisti na minha carreira». E esclarece: «não há nenhuma injustiça que possa originar esta situação» de violência.
Além das 47 pessoas já detidas, a polícia vai continuar a fazer detenções durante a noite. A garantia é dada pelo chefe adjunto da polícia de Manchester que diz que as imagens das câmaras de vigilância nas ruas da cidade têm ajudado a identificar os alegados responsáveis pelos tumultos.
Pilhagens, vandalismo e confrontos com a polícia continuaram a registar-se, esta terça-feira, em várias cidades inglesas, mas de menor dimensão que os distúrbios registados, na segunda-feira, em Londres.
Houve ainda motins em Salford, Wolverhampton, West Bromwich, Birmingham e Nottingham, onde uma esquadra de polícia foi incendiada. Contudo, a situação mais grave é em Manchester.
Em Londres, o reforço policial parece ter resultado. A cidade esteve, esta terça-feira, mais calma. O número de polícias mais do que duplicou esta noite para 16 mil contra seis mil na segunda-feira.
Entretanto, o primeiro-ministro, David Cameron, volta a liderar, esta quarta-feira, a reunião do comité de emergência do Governo, denominada "Cobra".