A ajuda humanitária que chegou a Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, será entregue apenas aos hospitais do enclave e não inclui água nem combustível.
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A organização humanitária internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou este sábado que o número de camiões autorizados a entregar ajuda em Gaza é "totalmente insuficiente" e considerou que mais ajuda é vital.
Numa declaração na página na rede social X (antigo Twitter), a organização especificou que o número de camiões autorizados a entrar este sábado pela passagem de Rafah é insuficiente face às "necessidades desesperadas da população", que tem estado "sob cerco total e bombardeamentos implacáveis durante duas semanas".
The number of trucks allowed to deliver aid into Gaza through the Rafah crossing on October 21 is totally insufficient compared to the desperate needs of the people, who have been under complete siege and relentless bombing for two weeks.
- Doctors w/o Borders (@MSF_USA) October 21, 2023
A fronteira de Rafah, que liga o Egito à Faixa de Gaza, abriu e encerrou este sábado depois de terem passado 20 camiões de ajuda humanitária.
A ajuda humanitária que chegou a Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, será entregue apenas aos hospitais do enclave e não inclui água nem combustível, disseram responsáveis da Cruz Vermelha.
A ajuda será levada para os armazéns da Organização das Nações Unidas (ONU), confirmou a organização para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), que se encarregará da distribuição.
Na rede social, a MSF considerou também como fundamental que seja permitida a entrada de combustível em Gaza, essencial para o funcionamento dos hospitais, bem como a disponibilidade de água potável.
A organização salientou a importância de haver uma ajuda regular à Faixa de Gaza e que seja assegurada uma passagem segura que permita que essa ajuda chegue às zonas onde as necessidades são maiores.
"Estamos prontos para entregar material médico a Gaza se nos for dada a oportunidade de o fazer", diz a MSF.
O grupo islamita do Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.