O ACNUR alerta para sobrelotação e situação crítica. O centro que acolhe os refugiados em Lampedusa recebe 800 pessoas quando a capacidade é para apenas 250.
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À TSF, Barbara Molinario, responsável do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Itália e que está no terreno, fala numa situação «crítica».
«A maioria não tem cama, dorme na rua e no chão. O tempo também não ajuda pois tem chovido e há famílias com crianças ao relento sem hipótese de abrigo», conta.
Sem condições mínimas neste centro de acolhimento, o ACNUR pede ao governo italiano que transfira os refugiados para fora da ilha de Lampedusa. Mesmo assim, Barbara Molinario sublinha que estes até são aqueles que «tiveram sorte» pois pior ficou quem morreu no naufrágio da semana passada: nos corpos que foram recuperados encontram-se bebés com seis meses, uma criança com três anos e perto de 70 mulheres.
O ACNUR recorda, contudo, que este naufrágio da última semana, com centenas de mortos, é apenas a ponta do iceberg pois muito mais pessoas morrem todos os anos no Mediterrâneo.
Barbara Molinario recorda que as pessoas continuam a entrar nestes barcos porque estão desesperadas, fogem da guerra ou de perseguições e «não têm outra escolha a não ser por a vida em risco para alcançar alguma proteção».