Pedro Sánchez prepara-se para ser reeleito com o apoio de partidos independentistas da Catalunha.
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A 13.ª noite de protestos junto à sede do PSOE, em Madrid, contra a investidura de Pedro Sánchez como líder do Governo espanhol e contra a lei da amnistia, ficou marcada por confrontos e detenções, na sequência das quais, pelo menos, 14 pessoas foram detidas e nove ficaram feridas esta quarta-feira. A informação está a ser avançado pelo El Mundo.
De acordo com as autoridades, cerca de duas mil pessoas terão saído à rua, entre eles o líder do partido de extrema-direita Vox, Santiago Abascal.
Por esta altura, o El País escreve que a calma está de regresso ao bairro de Ferraz. Apenas um grupo de manifestantes resiste a abandonar o local e continua a arremessar garrafas e latas.
O socialista Pedro Sánchez justificou esta quarta-feira a amnistia de independentistas catalães como a via para recuperar a convivência entre os espanhóis e também a forma de garantir um Governo "de progresso" em Espanha face à ameaça da "direita reacionária".
"A convivência foi um dos princípios norteadores da Constituição e da transição [espanhola da ditadura para a democracia]. E agora nós devemos fazer o mesmo e impulsionar a convivência e o perdão. Não apenas para conquistar uma legislatura de progresso, embora também, mas para apostar num futuro de reconciliação e de concórdia", disse Pedro Sánchez, na abertura do debate parlamentar de dois dias para a sua reeleição como primeiro-ministro de Espanha.
Sánchez prepara-se para ser reeleito com o apoio de partidos independentistas da Catalunha, com quem negociou uma amnistia para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha durante uma década e que teve como auge uma declaração unilateral de independência em 2017.
O líder do partido socialista espanhol (PSOE) realçou que há independentistas em várias regiões do país e considerou que ficou provado, no caso catalão, que a melhor forma de garantir uma Espanha unida não é com "a receita do Partido Popular", que então governava e optou pela "imposição e crispação social", levando à fratura de 2017, "com as ruas de Barcelona incendiadas" e as "pontes políticas destruídas".
O PSOE foi a segunda força mais votada nas legislativas de 23 de julho e Sánchez prepara-se para ser reconduzido chefe do Governo com o apoio de oito partidos de esquerda e direita, regionalistas, nacionalistas e independentistas.
Os socialistas vão assumir o governo em coligação com o Somar, uma plataforma de 15 partidos e movimentos à esquerda dos socialistas, liderada pela atual ministra do Trabalho, Yolanda Díaz.