O presidente do governo da Catalunha denuncia a violência injustificada por parte da polícia que, numa das escolas, usou balas de borracha para impedir a votação no referendo independentista.
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O presidente do Governo da Catalunha acusa o executivo espanhol de ter chegado a um estado de vergonha ao atentar contra a dignidade de um povo com violência e balas de borracha. Carles Puigdemont afirma que a polícia "usou violência, balas de borracha, de forma injustificada".
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"Uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol", que o "envergonhará para sempre", mas "não deterá o desejo dos catalães de poder votar pacífica e democraticamente". Estas foram as primeiras declarações de Carles Puigdemont ao chegar à escola de Sant Julià de Ramis (Girona), local onde estava previsto que votasse, mas que foi ocupado por meia centena de agentes da Polícia Nacional e da Guardia Civil para impedi-lo de votar no referendo sobre a independência da Catalunha.
Puigdemont disse que "a imagem exterior do Estado espanhol continuou a piorar e hoje atingiu um nível de vergonha que o acompanhará para sempre".
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O Porta voz do governo da Catalunha voltou a fazer um balanço da votação no referendo pro-independência, garante que se está a votar em 73% das mesas e pede serenidade e paciência aos eleitores porque os ataques e bloqueios informáticos são constantes.
Esta manhã a Presidente da Câmara de Barcelona chamou cobarde a Rajoy. Ada Colau escreveu na página do Twitter: "Um presidente de governo cobarde inundou a nossa cidade com a polícia". Acrescenta,"Barcelona cidade de paz, não tem medo".
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Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto -- ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estas fossem fechadas pela polícia.
Os Mossos d'Esquadra (polícia catalã) fecharam dezenas de colégios eleitorais em toda a Catalunha, embora em alguns locais se tenham limitado a registar a concentração popular e saído sob aplausos da população.
Já a Polícia Nacional e a Guardia Civil protagonizaram momentos de tensão ao tentar impedir o referendo, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da 'Generalitat', Carles Puigdemont, e detido vários manifestantes.