Na primeira volta das eleições, a taxa de abstenção abaixo dos 35 anos alcançou os 30 por cento.
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Para muitos jovens franceses, as presidências de 2022 são a primeira oportunidade para exercerem o direito de voto. Outros, ainda sem poderem votar, confessam preocupação com temas que viram pouco tratados nas campanhas eleitorais.
Só em 2027, Stanislas votará nas presidenciais francesas. Aos 16 anos, o estudante do ensino secundário acompanha a política com interesse, à escuta dos temas que mais o inquietam, como "os problemas do clima".
"As alterações climáticas não são integradas nos programas dos candidatos, com a exceção do partido dos ecologistas", afirma o estudante, para quem o resultado de 4,6% alcançado na primeira volta pelo partido de Yannick Jadot foi "um pouco dececionante".
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"Mas, penso que há verdadeiros problemas climáticos que tem de ser colocados em cima da mesa e ser incessantemente tratados muito em breve", considera o estudante.
Stanislas notou nos discursos dos candidatos, ainda na primeira volta, "um grande interesse pelos jovens, sobretudo pelos estudantes, falando de temas como o desemprego, para tentarem recuperar o interesse dos jovens", afirma, preocupado com números "assustadores" da abstenção entre os mais novos.
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Na primeira volta das eleições, a taxa de abstenção abaixo dos 35 anos alcançou os 30 por cento. Mas os números agravam-se ainda mais, quando se observa a faixa etária dos 18 aos 24 anos, em que a abstenção alcança os 40%. A abstenção geral ronda os 25%.
Convicto de que Emmanuel Macron acabará por capitalizar os votos do partido ecologista, Côme Delecourt, estudante do secundário, acredita que os eleitores vão também aproximar-se do candidato que considera mais moderado.
"Haverá mais pessoas que tentam evitar os extremos, e será o centro a lutar contra extrema-direita", afirma Delecourt, duvidando, porém, que uma vitória de Macron seja sinónimo de tempos mais prósperos.
Já Amaury Laurent, estudante de engenharia informática, admite que ainda não consegue escolher entre Macron ou Le Pen. "Não gosto de categorizar, a direita ou a esquerda".
"Não votamos pelas pessoas, mas por um futuro, e por um programa para a França", afirma, admitindo que aos 18 anos, e a votar pela primeira vez este domingo, ainda não definiu a sua escolha eleitoral.