O líder do PSOE rejeitou o convite do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, para se reunir antes da constituição do Parlamento.
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O primeiro-ministro espanhol interino, Pedro Sánchez, prometeu esta segunda-feira que assim que o Parlamento for constituído, em 17 de agosto, tentará uma investidura que permita à Espanha "continuar a avançar" por mais quatro anos.
"Agora é hora de traduzir esta maioria social em maioria parlamentar no Congresso. E é isso que vamos fazer assim que as Cortes forem constituídas", assegurou Sánchez, num comunicado divulgado nas redes sociais após rejeitar o convite do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, para se reunir antes da constituição do Parlamento.
O também líder do PSOE mostrou-se convencido de que existe "uma ampla maioria social para continuar a avançar", dizendo acreditar que essa maioria pode ser ampliada para incluir pessoas que se distanciaram do Governo socialista "pelo cansaço de anos tão duros ou pela intensa propaganda exibida pela dupla PP e Vox", numa referência aos dois principais partidos da oposição, respetivamente de direita e extrema-direita.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas recentes eleições em Espanha, mas ao contrário do PP tem ainda possibilidades de conseguir os apoios parlamentares para nova investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
O partido socialista tem mais aliados no Parlamento do que o PP e, se chegar a acordo com todos eles, Sánchez tem possibilidade de voltar a ser primeiro-ministro, à frente de um governo de coligação PSOE/Somar.
Sánchez lembrou que as sondagens revelaram que os que propõem "a revogação e o retrocesso não são a maioria" e, por isso, o país pode continuar a crescer e a gerar empregos enquanto continua a avançar nos direitos sociais e na convivência na diversidade.
O secretário-geral do PSOE lembrou que a última legislatura foi marcada por adversidades provocadas pela pandemia, a guerra na Ucrânia "e outros contratempos e calamidades", mas que o Governo de coligação com o Unidas Podemos (de esquerda) mobilizou "céu e terra" para proteger empregos e empresas, salários e pensões.
Sánchez defendeu que este é o momento de consolidar o crescimento económico e de reindustrializar a Espanha, com a ajuda dos fundos europeus, de criar "mais e melhores empregos" até ao pleno emprego, além de continuar "o emocionante caminho rumo a uma verdadeira e efetiva igualdade entre homens e mulheres".
O líder socialista prometeu ainda tornar a habitação "a grande causa nacional dos próximos anos e fazer de Espanha uma referência em resposta" às duas grandes revoluções, a digital e a tecnológica".
As declarações de Sánchez surgiram depois de a secretária-geral do PP, Cuca Gamarra, lhe ter pedido que retifique as suas intenções e assuma que Feijóo ganhou as eleições, permitindo a este que governe.
"Pedro Sánchez foi o primeiro presidente a perder uma eleição por aspirar à reeleição e o primeiro candidato que se recusa a reconhecer o resultado e a reunir-se com o vencedor das eleições quando foi convocado para isso. Pedimos que retifique", disse Gamarra, durante uma conferência de imprensa na sede do partido, referindo-se a uma carta enviada por Feijóo, no domingo, em que este pedia uma reunião para procurar evitar um bloqueio eleitoral e a "ingovernabilidade do país".