A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos alertou a comunidade internacional que chegou a altura de deixar de lado a política e avançar, de imediato, para a proteção dos civis na Síria.
Corpo do artigo
Navi Pillay lembrou que a falta de entendimento no Conselho de Segurança da ONU incendiou a ação do governo sírio contra a população.
Em declarações à TSF, o porta-voz da alta comissária considerou que a situação está pior no país, sublinhando que Homs é o exemplo disso.
«A situação está a agravar-se, em particular na cidade de Homs, que tem estado sob ataques constantes nas últimas semanas. Nos últimos dias, a situação piorou ainda mais, tem sido utilizada artilharia pesada e não apenas espingardas», afirmou Rupert Colville.
O governo sírio não autorizou a entrada no país do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, mas Rupert Colville disse que os relatos que chegam a Genebra descrevem um cenário que inclui, por exemplo, um ataque a uma clínica em Homs.
Através do porta-voz, a responsável da ONU para os Direitos Humanos insistiu que os governantes sírios devem ser julgados por crimes contra a humanidade.
«Foram feitas duas grandes investigações pelo alto comissariado dos Direitos Humanos e por uma comissão independente da ONU. Ambas concluíram que, muito provavelmente, foram cometidos crimes contra a humanidade», disse.
O responsável pediu ainda à comunidade internacional que tome medidas eficazes para proteger os sírios e deu voz ao apelo da alta comissária para que essas medidas sejam tomadas com urgência extrema.
Entretanto, a organização Médicos Sem Fronteiras revelou que o regime sírio «reprime sem piedade» os feridos em manifestações e o pessoal médico que os tenta socorrer.
«Hoje, na Síria, os feridos e os médicos são perseguidos e correm o risco de ser detidos e torturados pelos serviços de segurança. A medicina é utilizada como arma de perseguição», referiu Marie-Pierre Allié, presidente da organização não governamental, citada em comunicado.
[Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico]