UE e Jordânia defendem que Israel e Palestina "têm a responsabilidade de dizer às franjas radicais/extremistas para exercerem moderação".
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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conversou este domingo com o primeiro-ministro palestiniano, Muhammad Shtayyeh, e com o Rei da Jordânia, Abdullah II bin Al-Hussein. Charles Michel deverá "mais tarde" manter conversas com "os Presidentes de Israel e do Egipto".
Fonte do Conselho Europeu afirma que "a União Europeia condena firmemente a violência terrorista, a necessidade urgente de desescalada, apela ao fim das hostilidades e ao pleno respeito pelo direito humanitário internacional e necessidade de preservar a vida civil, reféns a serem libertados o quanto antes, necessidade de abordar as causas profundas do conflito".
A mesma fonte sublinha que "a União Europeia reconhece o direito de Israel à autodefesa, de acordo com o direito internacional e respeitando o direito humanitário internacional".
Nos contactos telefónicos, este domingo, Charles Michel expressou ao primeiro-ministro palestiniano "o forte apoio à iniciativa da União Europeia em Nova Iorque, com parceiros regionais". Esta iniciativa baseia-se na Iniciativa de Paz Árabe de 2002 e no "pacote de apoio político, de segurança e económico" da UE de 2013, que prevê incentivos a Israel e Palestina, "para as partes em conflito alcançarem a paz, inspirando-se também nas relações existentes entre Israel e alguns estados árabes".
"A prioridade imediata é evitar mais escalada e mais violência", defendeu Charles Michel, ouvindo do lado palestiniano o receio de que "Israel venha retaliar sem poupar a vida civil palestiniana".
Nesta conversa com Muhammad Shtayyeh, ambos consideraram "urgente abordar as causas profundas do conflito", frisando que "nos últimos meses, [ocorreram] tensões sem precedentes entre o governo israelita e os palestinianos".
A chamada com o Rei da Jordânia abordou os mesmos temas, defendendo que "a prioridade é a desescalada", assim como "prevenir que a violência em larga escala irrompa na Cisjordânia e prevenir tensões entre comunidades israelitas e árabes".
De acordo com a fonte já citada pela TSF, Charles Michel e o Rei da Jordânia, Abdullah II consideraram "os líderes de ambos os lados têm a responsabilidade de dizer às franjas radicais/extremistas para exercerem moderação".
A UE é e sempre tem sido uma defensora do processo de Paz do Médio Oriente e dos esforços para assegurar a estabilidade e paz entre israelitas e palestinianos. Recorde-se que no mais recente discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente do Conselho Europeu destacou a necessidade de "israelitas e palestinianos viverem em paz lado a lado no âmbito da solução de dois estados".
A União Europeia vêm há anos "trabalhar muito de perto com vários parceiros da região para relançar um processo político que abriria caminho para a possibilidade de um acordo negociado entre israelitas e palestinianos", lembrou a mesma fonte.
À margem da Assembleia Gelara da ONU, a 18 de setembro, em Nova Iorque, o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, "coorganizou" com os ministros dos negócios estrangeiros da Arábia Saudita, Egipto, Jordânia e também a Liga dos Estados Árabes o "Esforço pelo Dia da Paz". Este encontro teve como objetivo "incentivar as partes a retomarem conversações de paz para uma solução de dois estados".
"Os esforços continuarão através de três grupos de trabalho (questões políticas e de segurança, questões económicas e ambientais, questões da dimensão humana)", afirma fonte europeia.