O primeiro-ministro, António Costa, garantiu, esta tarde, no Porto, que as 35 horas na Função Público vão mesmo avançar a 1 de julho, clarificando as declarações dos ministro das Finanças, Mário Centeno, que não se compromete com uma data para a entrada em vigor da medida.
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No debate com a presença de militantes e apoiantes do PS, na Fundação Engenheiro António de Almeida, onde participou na qualidade de secretário-geral socialista, António Costa regozijou-se com a aprovação do Orçamento de Estado por parte de Bruxelas.
«Fui colecionado capas de jornais ao longo da semana e havia um que dizia em machete "Governo adia 35 horas para fim do ano para satisfazer Bruxelas". Não é verdade. As 35 horas entrarão em vigor no próximo dia 1 de julho», garantiu o primeiro-ministro, após Mário Centeno, o ministro das Finanças, ter optado por não se comprometer qualquer data, preferindo esperar para ver se não haverá aumento da despesa.
António Costa assegurou ainda que todos os compromissos com os eleitores e com o PCP e Bloco de Esquerda foram garantidos durante as negociações com a Comissão Europeia, nomeadamente a reposição de salários e a descida do IVA na restauração.
Reconhece que em relação ao esboço inicial, esta proposta de Orçamento pós visto de Bruxelas agrava a carga fiscal mas "mesmo assim, em vez de sacrificarmos os rendimentos do trabalho, tendo mantido a redução da sobretaxa do IRS, optamos por aumentar impostos indiretos, e mesmo aí não aumentamos o IVA, como chegou a anunciar na semana passada o dr. Marques Mendes", atirou, num debate ao estilo americano, com os militantes e apoiantes socialistas em círculo e os oradores ao centro.
Recusando-se a responder a perguntas dos jornalistas, o primeiro-ministro não deixou, no entanto, de comentar as declarações de Passos Coelho que considerou que a proposta de orçamento do PS "dá com uma mão a uns aquilo que está a tirar a todos os outros".
Costa respondeu: «A mão que dá e a mão que tira não se dirige aos mesmos».
No dia em que o Governo apresentou o novo acordo sobre a TAP, António Costa garantiu ainda que a reversão da privatização da companhia aérea e das subconcessões dos transportes metropolitanos de Lisboa e Porto "vai custar zero" aos cofres do estado.