Assunção Cristas acusa António Costa de falta de coragem para defender o próprio Orçamento e volta a sublinhar que o documento "falhou" e mostra opção "errada" do governo.
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Assunção Cristas defendeu que o Orçamento do Estado (OE) mostra que o governo falhou. "É preciso que estejam lá as medidas e não estão", sublinhou a líder do CDS-PP, considerando que o documento "dá com uma mão o que tira com duas".
"Isto é pouco mais do que uma fatura de sobrevivência do governo", começou por dizer a centrista, que garante que "a opção do governo é errada e vai custar caro aos contribuintes".
No arranque da intervenção, no primeiro dia de debate do OE na generalidade, Cristas corrobora a acusação do PSD de que António Costa se "escondeu" evitando intervir na abertura da discussão.
"O seu OE é tão poucochinho que nem o senhor tem coragem de o defender", asseverou a líder do CDS, dirigindo-se diretamente ao primeiro-ministro, acrescentando: "Quem não quer responder na casa da democracia, não mostra respeito pelos portugueses e revela uma certa cobardia".
Assunção Cristas defendeu ainda que o Orçamento de 2017 "é uma enorme barafunda fiscal" que "prejudica os cidadãos e o país". A presidente do CDS, que mais uma vez exibiu quadros e tabelas no hemiciclo destacando um gráfico sobre os juros da dívida, descreveu de seguida o que diz serem provas do "falhanço do governo".
Cristas encerrou a intervenção deixando três perguntas ao ministro das Finanças. A líder centrista quis saber se Mário Centeno está disponível para corrigir as pensões mais baixas, reintroduzir o quociente familiar e aprovar o crédito fiscal para o investimento.
Assunção Cristas foi a única líder partidária a intervir na primeira ronda do debate.
Orçamento é "oportunidade perdida", afirma Nuno Magalhães
Depois de, pelo PCP, o líder parlamentar João Oliveira ter afirmado que o Orçamento do Estado para 2017 é "uma oportunidade a não desperdiçar", Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS-PP" afirmou que este Orçamento "é uma oportunidade perdida", reiterando depois as críticas já proferidas por Assunção Cristas.
Durante a intervenção, Nuno Magalhães acusou Mário Centeno de "alienação política" em algumas matérias, nomeadamente ao garantir que a sobretaxa de IRS vai ser devolvida em 2017, e ao falar em estabilidade fiscal.
Para Nuno Magalhães, o "truque" que representa o OE do próximo ano "vai sair caro aos portugueses".