A esquerda considera que este é um caso de falta de transparência, de promiscuidade entre a alta finança e os mais altos cargos públicos.
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"É-se criticado por ter cão e por não ter". É assim que Durão Barroso reage, em entrevista ao jornal Expresso, às críticas da esquerda à nomeação do antigo presidente da Comissão Europeia para presidente não executivo do Goldman Sachs.
"Se se fica na vida política é porque se vive à conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a aproveitar a experiência adquirida na política". Com estas palavras Durão Barroso responde aos críticos e trata de descrever o percurso que fez nos últimos anos. O antigo presidente da Comissão Europeia salienta que por causa da crise de 2008 teve de lidar com um programa de reformas vasto e ambicioso.
Uma situação, garante Barroso, que lhe deu grande experiência e independência na área financeira e que a par do trabalho em instituições globais com problemas complexos explicam o convite do Goldman Sanchs.
Em declarações ao Semanário Expresso, o antigo primeiro-ministro considera que depois de ter estado mais de 30 anos na política e no serviço público, o desafio do banco é estimulante para que possa utilizar as competências que tem numa instituição financeira global.
Barroso justifica ainda a decisão dizendo gostar de posições de desafio (em detrimento de ocupações mais tranquilas) e afirma que o convite de um português para um cargo desta importância é um reconhecimento.