O esclarecimento do primeiro-ministro surge depois de o Presidente da República ter dito que os portugueses deviam ser esclarecidos sobre os donativos para Pedrógão.
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* Notícia atualizada às 22h00
O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que o Estado, na sequência da tragédia do incêndio de Pedrógão Grande, só organizou um fundo, o Revita, que tem 1,9 milhões de euros e é gerido conjuntamente com as autarquias e a sociedade civil.
António Costa falava aos jornalistas em Lisboa, à entrada para a cerimónia de entrega do prédio Champalimaud de Visão, presidido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre a controvérsia em torno da aplicação das verbas doadas por cidadãos às vítimas do incêndio de junho em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, o líder do executivo declarou: "Depois do extraordinário movimento da sociedade civil, é essencial que os portugueses tenham toda a informação sobre o destino das verbas que doaram generosamente".
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O primeiro ministro adiantou que relativamente ao fundo que está a ser gerido pelo Estado as contas são bem claras: "As pessoas deram o dinheiro às entidades que entenderam. O Estado organizou um fundo, o Revita, que até ao momento só recebeu donativos no montante total de 1,961 milhões de euros. Relativamente às verbas do fundo Revita, as intenções de doação chegam até 4,9 milhões de euros, apesar de, efetivamente, só termos recebido até agora, 1,9 milhões. Sendo um fundo público, é gerido em conjunto com as autarquias e com a sociedade civil", disse.
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Interrogado sobre as críticas feitas ao Governo pelo PSD a propósito do destino dos donativos para as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, o líder do executivo contrapôs que, no que concerne ao Estado, "as regras são totalmente transparentes".
"É bom que se esclareça que grande parte dos donativos não foi recebida pelo Estado. Por exemplo, a RTP, que promoveu um espetáculo e recebeu bastante dinheiro, entregou-o a uma outra entidade - e só a RTP pode explicar o destino que lhe deu", alegou o primeiro-ministro.
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Ainda de acordo com António Costa, para que ficasse claro que o Revita não era um fundo do Governo, o executivo socialista decidiu avançar para uma gestão tripartida, incluindo as entidades representativas da sociedade civil.
"O Estado só responde pelo dinheiro que lhe foi confiado e, nesse sentido, para que não haja mais dúvidas, pedi ao ministro da Solidariedade [Vieira da Silva] que publicasse no site do fundo Revita um quadro com o montante doado e destino que está a ser dado a cada uma das verbas", referiu ainda o primeiro-ministro.