Após caso Alexandra Reis, Frente Cívica diz que Pedro Nuno Santos devia "pôr o lugar à disposição"
À TSF, Paulo Morais, presidente da Associação Frente Cívica, diz que Alexandra Reis "já não tinha condições de autoridade" para "exercer qualquer cargo de Estado".
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Para Paulo Morais, presidente da Associação Frente Cívica, teria sido mais digno se Alexandra Reis tivesse saído pelo próprio pé, mas o desfecho só podia passar pelo afastamento da governante.
Alexandra Reis "já não tinha condições de autoridade e de credibilidade para exercer um mandato no Governo", afirma, em declarações à TSF, Paulo Morais.
"Um governante articula com privados, com entidades internacionais, toma muitas decisões que influenciam a vida dos cidadãos e para as tomar tem que ter o mínimo de credibilidade. Com ou sem culpa, o facto é que Alexandra Reis já não tinha, há uns dias a esta parte, qualquer capacidade para exercer qualquer cargo de Estado e em particular no Governo", defende o presidente da Associação Frente Cívica.
"É evidente que, não tendo credibilidade para exercer o cargo teria de sair, tenho pena que não tenha sido sua iniciativa, que tenha havido necessidade de o ministro lhe pedir para sair, penso que teria saído com mais dignidade se se tivesse ido embora pela próprio pé", diz Paulo Morais, sublinhando que "neste momento, a própria administração da TAP está com problemas de credibilidade".
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Paulo Morais defende que, tendo em conta as sucessivas polémicas na TAP, o ministro Pedro Nuno dos Santos devia pedir para abandonar o Ministério das Infraestruturas.
"No lugar dele acho que poria o lugar à disposição porque a TAP tem sido alvo de notícias tão trapalhonas. Há todo um conjunto de escândalos à volta da TAP, acho que o copo já transbordou", acrescenta.
A secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, apresentou na terça-feira à noite o pedido de demissão, solicitado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, divulgou a tutela.
Em comunicado, Fernando Medina explicou que tomou a decisão para "preservar a autoridade política do Ministério das Finanças num momento particularmente sensível na vida de milhões de portugueses".
Alexandra Reis esteve envolvida nos últimos dias numa polémica relacionada com a TAP, após o Correio da Manhã ter noticiado no sábado que esta recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos. Meses depois, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).
"No momento em que enfrentamos importantes exigências e desafios, considero essencial que o Ministério das Finanças permaneça um referencial de estabilidade, de autoridade e de confiança dos cidadãos. São valores fundamentais à boa condução da política económica e financeira e à direção do setor empresarial do Estado", salientou Fernando Medina na nota divulgada pelo Ministério das Finanças.
O responsável pela pasta das Finanças agradeceu ainda a Alexandra Reis por todo o trabalho desenvolvido, elogiando o currículo "profissional de enorme mérito" e a "qualidade e correção com que neste período pessoalmente difícil assegurou a defesa do interesse público".