No segundo dia do julgamento do caso Face Oculta, antes de entrar para a sala de audiências de Aveiro para prestar depoimento, o antigo ministro disse querer ajudar a desfazer uma certa nebulosa.
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«Eu venho colaborar com o Tribunal para o apuramento da verdade, sem nenhuma pretensão de convencer ninguém. Quero apenas colaborar no sítio próprio, para que a verdade venha ao de cima e é esse o meu objectivo», declarou aos jornalistas.
Questionado sobre se ia falar esta quarta-feira da carta que terá recebido alertando-o para as escutas, respondeu que tal missiva faz parte «do folclore que rodeia o processo».
«Desde o princípio tem um objectivo: criar uma nebulosa à minha volta para que, na falta de provas indestrutíveis, houvesse pelo menos um ambiente que me colocasse no locar do crime», acrescentou.
Quanto ao relacionamento com Manuel Godinho, principal arguido neste caso, Armando Vara disse que «foi uma vez» a sua casa, na altura da Feira do Fumeiro de Vinhais, «levar aquilo que ficou conhecido com a prenda do robalos». «Não era uma pessoa que frequentasse diariamente a minha casa», frisou.
Segundo a agência Lusa, o ex-governante começou a falar em tribunal perto das 10:30. Armando Vara já disse na audiência que conhece Manuel Godinho desde 2002 e que este lhe foi apresentado por Lopes Barreira, outro arguido no caso.