Em declarações à TSF, a presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados assinala que o Governo não está a fazer mais do que cumprir a lei e mostra-se satisfeita com o anúncio de que a forma de cálculo das pensões não vai ser alterada em 2024.
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A Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe) avalia o aumento intercalar das pensões em 3,57% a partir de julho como não mais que o cumprimento da lei pelo Governo, mas pede que se garanta que quem se reformou em 2022 possa receber, além deste, o aumento a que não teve direito no início do ano.
Em declarações à TSF, a presidente da APRe, Maria do Rosário Gama, assinalou que "este aumento, somado ao que foi feito em janeiro, vai dar o resultado que deveria ter sido pago a partir de janeiro, de acordo com a lei, e que vem corresponder ao que a APRe tinha reclamado".
A líder da associação alerta, no entanto, para a situação dos aposentados no último ano que "não receberam aumento em 2023 porque há uma lei de 2007 que assim o determina". As regras determinam que as pensões não são abrangidas pela primeira atualização anual que se seque à sua atribuição.
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"Nós esperamos que estas pessoas possam também ser contempladas, porque a inflação é muito grande e a lei já é antiga. Todos os anos foi assim, mas este ano é diferente porque de facto a inflação é muito grande", comentou, apelando a "outras medidas" que façam com que "as pensões mais baixas se aproximem cada vez mais do salário mínimo".
Na mesma conferência de imprensa em que foi anunciado o aumento intercalar de 3,57%, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu também a fórmula de cálculo das pensões não vai ser alterada em 2024.
A APRe vê-o como uma boa notícia, até porque, assinala Maria do Rosário Gama, "se fosse alterada, se calhar seria para pior", pelo menos segundo o que "terá sido eventualmente anunciado ou comentado pela própria Segurança Social quando quer introduzir novos dados para a forma de cálculo das pensões".
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Embora admita não saber se a nova fórmula de cálculo "iria ou não prejudicar os pensionistas", a presidente da APRe reforça as suas dúvidas: "Beneficiar acho que nunca beneficiaria, vamos ver se esta se ajusta àquilo que nós pretendemos."
"No caso de não se ajustar, cá estamos para reclamar", avisa na TSF.