"Batalha com várias frentes." Situação no Santa Maria melhorou, mas 50 doentes ainda aguardam internamento
A nova vaga de frio deve aumentar ainda mais a afluência às urgências nos próximos dias.
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A situação no Hospital de Santa Maria melhorou, mas as urgências continuam com condicionamentos que se estendem também à Pediatria. No ponto de situação feito esta terça-feira de manhã, o diretor clínico do hospital, Rui Tato Marinho, afirmou que "a pressão mantém-se" e foi criada uma equipa de gestão de camas, com quatro enfermeiros com "muita experiência".
"Temos pressão no serviço de medicina, as doenças gerais, mas estamos a fazer o nosso trabalho. Há muitas pessoas com doenças no serviço de urgência em macas, são pessoas de idade, os avós e os pais do nosso país, com situações complexas que implicam exames complementares. Radiografias, TAC, análises. Têm de ser observados por vários especialistas, pode demorar muito tempo a investigação de alguém nos serviços de urgência. Temos agora cem doentes em circulação e talvez 50 a aguardar", revelou Rui Tato Marinho aos jornalistas.
Entre os doentes que estão em circulação, há uma "pequena parte" que vem do fim de semana e os responsáveis do Santa Maria esperam que, com a nova vaga de frio polar, a afluência às urgências aumente ainda mais.
"É uma batalha com várias frentes. Temos de esperar isso, acontece quando a temperatura baixa meia dúzia de graus. Estamos a preparar-nos para isso, mas volto a insistir: as pessoas que não venham logo aos serviços de urgência, vão aos centros de saúde onde vários médicos estão dispostos a ajudar as pessoas para evitarem vir aqui. Utilizem os centros de saúde da zona de Lisboa", aconselhou o diretor clínico do hospital.
No serviço de Pediatria a situação também se agudizou com o encerramento das urgências pediátricas no período noturno em alguns hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, mas há mais razões.
"O pedido de escusa de um número significativo de médicos que integram as equipas de urgência e a questão da sazonalidade, o aumento da patologia respiratória, designadamente em crianças muito pequenas e que vai crescer exponencialmente nas próximas semanas e atingir o pico máximo lá para dezembro e janeiro. Outras infeções respiratórias como a gripe e Covid vão provocar uma pressão muito elevada nos internamentos. Este aspeto para nós é da maior importância e temos de estar preparados para receber os casos verdadeiramente graves", acrescentou Isabel Lopes, diretora do serviço de Pediatria do Santa Maria.