Urgência do Santa Maria com "recorde de afluência" na sexta-feira. Hospital faz apelo à população
Na sexta-feira, foram registados 470 episódios de urgência, "um aumento de 50% em relação à sexta-feira anterior". Na TSF, o diretor do serviço de urgência do Hospital de Santa Maria pede às pessoas para só se deslocarem às urgências "se precisarem".
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O Hospital de Santa Maria apela à população para evitar idas desnecessárias às urgências. À TSF, o diretor do serviço de urgência, João Gouveia, fala num número recorde, na sexta-feira, dia em que foram registados 470 episódios de urgência, o que correspondem a um aumento de 50% em relação ao mesmo dia da semana anterior.
"Temos vindo a ter um aumento crescente da afluência ao serviço de urgência, temos um recorde de afluência dos últimos dois meses na sexta-feira, com um aumento de 50% em relação à sexta-feira anterior, e estamos muito preocupados com este aumento e com a informação de que há vários hospitais em redor que estão encerrados ou que têm várias valências cruciais e que não podem dar resposta", explica à TSF João Gouveia.
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Perante o aumento da afluência, o diretor do serviço de urgência do Hospital de Santa Maria faz um apelo: "Nós como hospital de fim de linha temos de dar essa resposta e, de maneira a conseguir dar essa resposta, pedimos às pessoas que só venham à urgência se precisarem. Para a segurança das pessoas, liguem primeiro para a Saúde 24 ou para o INEM, no caso de ser uma emergência, para que sejam devidamente encaminhadas."
João Gouveia adianta que os tempos de espera no Hospital de Santa Maria "não são seguros para muitos dos doentes".
Estes tempos de espera nas urgências do Santa Maria ultrapassam as sete horas no caso das pulseiras verdes e de duas horas nas amarelas. João Gouveia sublinha que as equipas estão completas e que não se trata de qualquer falha nas escalas de serviço, mas sim de afluência e dar resposta a quase todos os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo.
Os maiores constrangimentos, nesta altura, estão nas urgências cirúrgicas.
"O que preocupa mais neste momento é a resposta em termos cirúrgicos. É onde temos mais constrangimentos na região de Lisboa e Vale do Tejo. O bloco não conseguiu parar durante o dia de ontem, esteve sempre em funcionamento, hoje ainda está a funcionar e tem já vários doentes a aguardar cirurgia", esclarece.
Uma das soluções previstas é acionar o plano de contingência, caso se mantenha uma elevada afluência às urgências do maior hospital do país.
"Temos o nosso plano de contingência interno, estamos a tentar libertar o máximo possível de vagas para conseguir depois alojar estes doentes e eventualmente teremos de reforçar e abrir mais uma sala do bloco operatório, mas tudo tem um limite", sublinha.