"Não estamos no caos." Santa Maria com mais de 50 doentes nas urgências a aguardar internamento
O diretor clínico no hospital garante que estão a "tentar arranjar solução" para estes doentes e para lidar com o pico de afluência.
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Há 54 doentes nas urgências do Hospital de Santa Maria, com pulseira amarela, a aguardar internamento. O diretor clínico da unidade hospitalar, Rui Tato Marinho, garante que estão a "tentar arranjar solução" e a reorganizar-se para enfrentar este pico de afluência.
"Obviamente que o hospital tem estado a trabalhar cada vez mais. Fazemos cada vez mais consultas e cirurgias. Isto é um pico de afluência que não víamos nos últimos tempos, mas estamos a tentar organizar até com casos sociais, pessoas já de uma certa idade, mas temos dificuldade em encontrar um local onde fiquem em paz e sossego. Neste momento temos vagas no hospital. Não temos tantas como tínhamos há uma semana", explicou aos jornalistas Rui Tato Marinho.
A reorganização está a ser feita a vários níveis, desde a aceleração na execução de exames à insistência, junto dos assistentes sociais, para ajudarem a dar altas.
"Estamos a trabalhar com os vários serviços médicos para tornar os internamentos mais rápidos. É um conjunto de medidas, não há uma solução mágica, mas não estamos no caos. Estamos a trabalhar afincadamente para melhorar o fluxo. Temos vários doentes para internamento, uns 50. São doentes muito complexos, pessoas de muita idade que precisam de exames complementares e observação por vários especialistas. A maioria são pulseiras amarelas", revelou o diretor clínico do Hospital de Santa Maria.
"As férias dos médicos não são um problema"
Para já, o apelo à população mantém-se: "não é o ideal virem ao serviço de urgência", que deve ficar reservado para os casos mais graves.
"Há vários centros de saúde na zona de Lisboa com dezenas de médicos que estão dispostos a atender sem ser necessário marcar consulta. Quando a temperatura começa a baixar começam a aparecer as infeções respiratórias, alguns casos Covid aumentaram. Os portugueses têm um grande grupo de população frágil e idosa, é fácil perceber que isto pode acontecer", esclareceu.
Alguns dos médicos que estão contra as horas extra continuam dispostos a trabalhar mais para ajudar a dar resposta neste pico de afluência.
"Já temos muitos médicos a fazerem muitas horas extra independentemente da questão das 150 horas. Não sei o que se vai passar nas negociações, mas espero que as coisas se resolvam para bem de todos nós. Estamos a fazer escalas para dezembro. As férias dos médicos não são um problema, há muitos anos que trabalhamos com esse fator. Estamos preparados para o que der e vier", acrescentou Rui Tato Marinho.