O sociólogo Boaventura de Sousa Santos considerou, esta segunda-feira, que Fernando Nobre, que decidiu aceitar concorrer nas listas do PSD, está a sentir nesta altura a «vertigem do poder».
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Ao comentar o facto de Fernando Nobre concorrer nas listas do PSD, podendo vir a ser o próximo presidente da Assembleia da República, o sociólogo entende que não tem a ver com «independência». «Penso que é mais triste do que isso», confessou.
Apesar de reconhecer e estimar o trabalho social do presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), há um momento na vida de Fernando Nobre em que ele «pensa que tem direito a ter um cargo político e esta vertigem do poder acaba por minar uma pessoa boa», comentou.
Boaventura de Sousa Santos considera que este desejo de poder «acaba por contaminar um desejo politico correcto e virtuoso de trazer a sociedade civil mais para o centro da discussão política».
Na opinião do pensador de Coimbra, o médico sequestrou a sociedade civil «para a entregar a um partido». «Isto não se faz. É muito triste», comentou.