"Brincam, fazem desenhos e vêem televisão." Gémeas siamesas aprendem a viver separadas
As meninas siamesas separadas há um mês, em Lisboa, estão internadas em enfermaria desde a semana passada. É lá que reaprendem a viver de forma autónoma. No hospital Dona Estefânia, até ver, o balanço é o mais positivo possível.
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As irmãs gémeas vieram de Angola unidas pelo abdómen e a zona pélvica. Em Portugal, foram separadas há precisamente um mês. O diretor do serviço de cirurgia pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Rui Alves, diz que as meninas de quatro anos estiveram em cuidados intensivos até há uma semana. Agora, já estão internadas numa enfermaria, o que indica que o planeamento está a ser cumprido sem qualquer desvio.
"Já estão a comer, já estão a fazer fisioterapia. Em relação ao expectável, em relação ao pós-operatório, as coisas têm corrido bem, sem ocorrências", afirma Rui Alves.
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As duas irmãs estão, ainda, muito dependentes do tratamento hospitalar, mas a cada dia dão mais um passo rumo à autonomia física: "Estão numa fase de ganho de peso e de fisioterapia para manutenção da massa muscular e da mobilidade. O objetivo final é a marcha autónoma."
As irmãs gémeas já desfrutam da nova condição, em que cada uma tem a sua liberdade, porém a separação física não quebrou os laços afetivos e emocionais entre ambas.
"Brincam, fazem desenhos, vêem televisão...", adianta Rui Alves.
Nesta fase é, ainda, cedo para falar em alta. O internamento no hospital D. Estefânia garante o ambiente mais familiar possível: "Elas estão sempre juntas e acompanhadas da mãe e da enfermeira angolana que tem acompanhado o processo."
Após a cirurgia de separação, as gémeas fizeram uma outra para o encerramento definitivo da parede abdominal. A primeira ocorreu no dia 7 de agosto. A outra foi operada três dias depois e recebeu a visita da irmã no recobro. Foi a primeira vez que se viram separadas para a vida.