Buscas no PSD? "Não devemos dramatizar nem banalizar", defende ministro da Cultura
Pedro Adão e Silva considera que há que separar os ritmos da Justiça e da Política, neste tipo de casos.
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O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, considera que é preciso refletir sobre os tempos da Justiça e da Política e quanto à forma como as investigações devem decorrer, a propósito das buscas ao PSD.
Adão e Silva manifestou, em declarações à Sic, alguma estranheza perante o modo como decorreram as buscas a casa do ex-presidente social-democrata e a sede do partido. "Observo sempre com alguma surpresa este tipo de atuação e julgo que nós não devemos nem dramatizar excessivamente nem também aceitar a banalização deste tipo de investigação", defendeu.
"Acho que merece mesmo reflexão, nesta matéria em particular, e é talvez um ensinamento para todos os partidos que, às vezes, reagem muito a quente, quando são feitas estas buscas e este tipo de ações", acrescentou.
Para o governante, o "tempo da Justiça" é "sempre diferente" do "tempo mediático e do tempo político". "Precisamos de aprender a separar esses ritmos e não deixar que uns contaminem os outros", sublinhou.
O ex-líder do PSD, Rui Rio, acusou, esta sexta-feira, o Ministério Público de querer mostrar os políticos como "gatunos e vigaristas", depois de a própria casa e a sede do partido, terem sido alvo de buscas, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Numa carta enviada à procuradora-geral da República, também o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, apontou uma "grande desproporcionalidade" nas buscas, lamentando que tivessem sido desarrumadas "sem aparente critério as casas de cidadãos, que se proceda indiscriminadamente à devassa da sua vida privada, à clonagem e apreensão dos seus aparelhos eletrónicos, designadamente telefones".