Carneiro quer "debate alargado" para reforma na justiça (e rapidez no processo contra Costa)
Em resposta a Pedro Nuno Santos, o candidato à liderança do PS afirma que "não demoniza o centro político e social".
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José Luís Carneiro vai propor um "debate alargado" sobre a reforma da Justiça, que envolva os partidos políticos democráticos, excluindo o Chega que, de acordo com o candidato socialista, tem "descredibilizado" as instituições democráticas.
Em entrevista à TVI e à CNN Portugal, José Luís Carneiro não fugiu às questões sobre a operação que levou à demissão do atual Governo (de que Carneiro ainda é ministro), pedindo que a justiça seja "célere".
"Todos nós desejamos que, dado o impacto nas instituições, o processo seja tão célere quanto possível. As pessoas não podem ter a sua vida indefinida sem que a justiça se faça", apelou.
Questionado se a procuradora-geral da República deve dar explicações aos portugueses sobre o processo movido contra António Costa, José Luís Carneiro afirma que "tudo é adequado para tranquilizar a sociedade".
"Tudo quanto possa contribuir para tranquilizar a sociedade portuguesa em relação à sua confiança nas instituições, diria que é adequado, para salvaguardar o prestígio das instituições", acrescentou.
"Não demonizo o centro político e social"
O candidato à liderança do PS recusou responder se viabiliza um Governo minoritário do PSD e defende que é o candidato que garante a "segurança" e a "estabilidade" do país. José Luís Carneiro corre pela liderança do PS contra Pedro Nuno Santos, e garante que "não se candidata em oposição ao camarada Pedro Nuno".
Carneiro concorre "para vencer as eleições" e, quando os cenários de governação estiverem em cima da mesa, promete ouvir os órgãos do partido, "como fez António Costa" antes de avançar para a geringonça. No entanto, o repto serviu para atirar ao adversário Pedro Nuno Santos, que colou o PSD ao "radicalismo".
"Não demonizo o centro político e social, o eleitorado e os cidadãos do centro", respondeu, lembrando que são esses os eleitores responsáveis por maiorias absolutas, tanto em eleições legislativas como em eleições presidenciais.
No momento de decidir pela formação de Governo, o PS "estará do lado dos democratas e dos europeístas", sem esclarecer se exclui o PCP, que tem uma visão cética quanto à União Europeia.
Carneiro quer acordos na Saúde e "não tem pressa" para vender TAP
Depois de defender uma reforma na justiça, José Luís Carneiro apontou também a mudanças no setor da saúde, que está em crise profunda, apelando a um acordo com as misericórdias e com as instituições particulares de solidariedade para disponibilizar camas, mas não só.
A pensar nos idosos, "sem retaguarda familiar", poderiam ser "disponibilizadas 1500 camas" para os mais velhos que estão internados em hospitais, desimpedindo camas nos serviços primários.
José Luís Carneiro quer ainda contratualizar "cuidados de saúde" nessas instituições, para "consultas, cirurgias ou a matérias relacionadas com o diagnóstico".
Quanto à TAP, há decisões do Conselho de Ministros "que são para respeitar", referindo-se ao diploma para a venda de, pelo menos, 50% da companhia aérea (em oposição a Pedro Nuno que quer manter a maioria do capital), mas garante que "não tem pressa" para finalizar o processo.
O candidato socialista quer, no entanto, garantir que o hub de Lisboa "será respeitado" pelo futuro comprador da companhia aérea.
Para finalizar, Carneiro mostrou-se disponível "para debater" com os restantes candidatos à liderança do PS, deixando o convite a Pedro Nuno Santos e a Daniel Adrião.
Notícias atualizada às 22h54