O líder da UGT explicou que há grupos que se misturam e que tudo fazem para aparecer. Já Carvalho da Silva acrescentou que estes actos de radicalismo podem servir objectivos anti-democráticos.
Corpo do artigo
Manifestantes e a polícia envolveram-se em confrontos, esta tarde, em frente à Assembleia da República. Pelo menos sete pessoas foram detidas para identificação, um jornalista e um agente ficaram feridos.
Tudo aconteceu depois de terminado o discurso de Carvalho da Silva a que assistiram centenas de manifestantes da CGTP e também elementos do chamado movimento dos indignados.
Contudo, Carvalho da Silva e João Proença já se demarcaram destes incidentes. Ainda assim, o líder da CGTP aproveitou para deixar um alerta ao Governo sobre as consequências do aumento das injustiças.
«A CGTP não tem nada a ver com isso [com os incidentes], agora o Governo tem consciência de que quanto mais intolerância e insjutiças praticar sobre a sociedade mais está a criar condições para o desenvolvimento de radicalismos, que podem muito bem servir objectivos anti-democráticas», referiu.
No mesmo sentido João Proença, líder da UGT, disse que há grupos que nada têm a ver com as centrais sindicais mas que se misturam nestas ocasiões, por isso pediu às autoridades que investiguem o que aconteceu.
«Há sempre grupos que se aproveitam dessas manifestações para tentar aparecer à luz do dia e para provocar situações de conflitualidade que não têm nada a ver com as organizações sindicais», afirmou João Proença exigindo que essa «formas marginais de actuação» sejam «investigadas».
Estas declarações dos líderes das centrais sindicais foram proferidas numa conferência conjunta, ao final da tarde desta quinta-feira, em que saudaram o sucesso desta greve geral contra as medidas de austeridade.
«A greve geral foi um êxito, foi a greve de todos os trabalhadores do sector público e privado. Foi claramente uma greve maior do que a do ano passado», declarou João Proença, frisando que «a greve foi muito bem sucedida com sinais claros de aumento de adesão».
Às 18h00, Governo dava conta de que o número de funcionários públicos que nessa altura estavam em greve rondava os 10,5 por cento. Antes, ao final da manhã, os dados do executivo apontavam para 3,6 por cento. E foi por referência a esse primeiro balanço que os líderes sindicais se insurgiram na considerando uma «vergonha» os números do Governo.
«Não é possível tentar disfarçar os números como o Governo fez. É de facto uma vergonha que ultrapassa os limites da decência e do decoro. Nunca assistimos a tanta manipulação dos números. Não é aceitável este comportamento», criticou João Proença.
Para o líder da CGTP, o executivo provou que o rigor não é com ele. «É uma demonstração inequívoca do que significa a palavra rigor para esta governação. Rigor para o Governo pode ser uma falsidade absoluta. Portanto é bom que os portugueses percebam que o Governo com toda a facilidade foge à verdade e diz as maiores falsidades», alertou Carvalho da Silva.