O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto fez hoje um discurso de ordem ético-moral, dizendo que o principal problema do PS é de «credibilidade» e que chega de manha, cálculo e de complacência com interesses minúsculos.
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Sérgio Sousa Pinto falava no segundo dia de trabalhos do XIX Congresso Nacional do PS, numa intervenção em que apelou à urgência de arredar da atividade política «os timoratos, os calculistas, os pequenos, os que antepõem as suas mesquinhas expectativas e desejos à urgência coletiva».
«Não podemos pretender ser rigorosos no diagnóstico dos males da Europa e estridentes na sua denúncia, mas depois furtarmo-nos por conveniência a enfrentar os sinais da nossa própria mediocridade. A complacência com interesses minúsculos trouxeram-nos a este irrespirável impasse», considerou.
Mas o ex-líder da JS e ex-eurodeputado socialista foi ainda mais longe, dizendo que o principal problema do PS é de credibilidade.
«O nosso principal problema é de credibilidade. Enquanto não nos apresentarmos diante do país como protagonistas credíveis de mudança e de rutura, estaremos a faltar ao povo português. Quando fingimos que o problema não existe, por cálculo, por manha, prestamos um péssimo serviço ao país e ao partido», declarou.
Sérgio Sousa Pinto deixou depois um apelo: «Haja coragem moral, chega de gente que se esconde por trás de uma floresta de promessas para não cumprir nada».
«Chega de gente que se esconde atrás de uma floresta de palavras para não dizer nada, chega de gente que pensa que a política é feita de poses e luzes. A política é hoje uma ventania ensurdecedora mas que não abana uma folha», acrescentou.
Em declarações à TSF, já nos corredores do congresso, Sérgio Sousa Pinto assegurou que não veio a Santa Maria da Feira mandar recados.