Ao apresentar a moção de censura ao Governo, o líder parlamentar do PS frisou que o Executivo «não está à altura do momento, responsabilidades e desafios que se colocam ao país».
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A falta de competência do Governo, o facto de o Executivo estar em negação e a necessidade de um novo caminho do país são as justificações que o PS apresentou para a sua moção de censura ao Governo, entregue esta quinta-feira no Parlamento.
Ao apresentar esta moção, que será discutida na quarta-feira, o líder parlamentar do PS disse que «chegou o momento de dizer basta» e que «este Governo não está à altura do momento, responsabilidades e desafios que se colocam ao nosso país».
Embora tenha «consciência de que existe na Assembleia da República uma maioria que é contrária ao que temos vindo a propor», Carlos Zorrinho diz que esta moção terá, contudo, um «efeito prático».
«É mostrar aos portugueses que existe uma alternativa e que existe um caminho diferente», acrescentou este dirigente socialista, que não afirmou, perante os jornalistas, a pretensão de querer eleições antecipadas.
Por outro lado, o líder da bancada parlamentar do PS insistiu que «estamos perante o falhanço deste Governo e a consciência desse falhanço é total» e, portanto, este «Governo não pode continuar».
Para Zorrinho, a moção apresentada pelos socialistas «é a forma que temos de fazer uma demonstração e dar voz na Assembleia da República a esse novo consenso político e social».
Embora tenha considerado que o «Presidente da República observa a realidade política e conclui em função» desta realidade, o líder parlamentar do PS garantiu que a ideia não passar por «condicionar» Cavaco Silva.
«Estamos aqui para afirmar a nossa posição e deixar claro que esta receita, caminho e Governo, para nós, já fizeram o que tinham a fazer e foi muito mau o que fizeram a Portugal», adiantou.
Esta moção de censura, que foi entregue à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, é a primeira apresentada pelo PS no espaço de dez anos desde que, em 2003, Ferro Rodrigues censurou o Governo liderado por Durão Barroso por causa do apoio de Portugal às operações dos EUA no Iraque.