Críticas de Rui Rio? Presidente do Sindicato dos Magistrados defende que independência da justiça prevalece

Fernando Fontes / Global Imagens
Adão Carvalho defende que a justiça deve ser imune "a qualquer tipo de pressão externa".
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O presidente do Sindicato Magistrados do Ministério Público, Adão Carvalho, defende que é numa justiça independente e imune a pressões que reside a garantia de um Estado de Direito democrático.
Em reação às acusações do antigo presidente do PSD, Rui Rio - que considerou "inadmissível" a atuação das autoridades que levaram a cabo buscas à casa do próprio e à sede do PSD -, Adão Carvalho afirmou que a independência do sistema de justiça é o mais importante.
"Todos os cidadãos são livres de terem a sua opinião. Vivemos em liberdade e, portanto, têm o direito de expressar a sua opinião sobre todos os sistemas, têm o direito de manifestar o seu direito de crítica", começou por referir, em declarações à TSF, o presidente do Sindicato Magistrados do Ministério Público.
Porém, sublinha Adão Carvalho, "o que importa ao Ministério Público e ao sistema de justiça em geral é que continuem a atuar com objetividade, apenas em obediência à lei, sendo independentes e sendo imunes a qualquer tipo de pressão externa, venha ela de onde vier".
Rui Rio acusou, esta sexta-feira, o Ministério Público de querer mostrar os políticos como "gatunos e vigaristas". "O Ministério Público quer dizer que os políticos são todos uns gatunos, uns vigaristas. Sou contra a atuação do MP e não precisei que me viessem bater à porta para o assumir", sublinhou o antigo líder do PSD, em entrevista à Sic. As declarações do antigo líder do PSD surgem depois de, esta semana, a sua própria casa, além da sede do partido, ter sido alvo de buscas, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Numa carta enviada à procuradora-geral da República, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, apontou uma "grande desproporcionalidade" nas buscas, lamentando que tivessem sido desarrumadas "sem aparente critério as casas de cidadãos, que se proceda indiscriminadamente à devassa da sua vida privada, à clonagem e apreensão dos seus aparelhos eletrónicos, designadamente telefones".