Este aumento quebrou uma tendência de descida que se verificava nos últimos anos. No mesmo período, diminuíram as queixas de violência doméstica às autoridades. Nos últimos 12 meses, mais de 1500 vítimas a pedir refúgio em casas-abrigo.
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Em 2018, a PSP e a GNR detiveram 803 suspeitos de violência doméstica, mais uma centena do que em 2017. O número de detenções revela a interrupção de uma tendência de descida, que começou em 2015 e que se prolongou até há dois anos.
No dia marcado pelo luto nacional devido à violência doméstica, a informação enviada à TSF pelo Ministério da Administração Interna (MAI) revela uma diminuição ligeira da quantidade de queixas às autoridades, mais precisamente menos 274 do que no ano anterior.
No ano passado, 79 em cada 100 vítimas eram mulheres, enquanto há dois anos eram 80.
Na percentagem de homens denunciados, a diferença é ainda mais pequena - menos 0,5 por cento do que em 2017. Há dois anos essa percentagem era de 84 por cento; em 2018 baixou para 83,5.
O gabinete de Eduardo Cabrita lembra que existe o objetivo que todos os postos e esquadras de polícia tenham um local específico para receber as vítimas de violência doméstica. Por agora, essas salas de atendimento à vítima existem em 63 por cento destes locais.
Ainda assim, o MAI não se compromete com uma data para que todas as esquadras e postos tenham estas salas de apoio à vítima, mas assegura que a prioridade é garantir a criação desses espaços nas instalações que sejam remodeladas ou construídas de raiz.
Contactada pela TSF, a secretaria de Estado da Igualdade esclarece que existem 40 casas-abrigo para casos de violência doméstica, 37 exclusivamente para mulheres. Em 2018 foram abrigadas a 1582 vítimas.
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