Festejar 50 anos de democracia sem 25 de Novembro? Santos Silva reafirma que "nenhum partido se opôs"
Augusto Santos Silva responde à Iniciativa Liberal e garante que o PS também vai assinalar o 25 de Novembro.
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O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, esclarece que o plano de comemorações dos 50 anos da democracia foi aprovado sem oposição de nenhum partido, não e que a exclusão do 25 de Novembro da iniciativa não partiu da sua própria iniciativa.
"O programa de comemorações do 25 de Abril e da Constituição foi decidido na Assembleia da República por consenso", reafirma Santos Silva esta sexta-feira em declarações à TSF, como já dissera em outubro.
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"As linhas orientadoras nas quais estavam incluídos os eventos que seriam assinalados no programa da Assembleia da República e das quais não constava o 25 de Novembro, foram apresentadas à conferência de líderes de 6 de setembro 2022 e foram consensualizadas (...) É com base neste consenso que a Comissão Organizadora tem trabalhado"
"Nenhum grupo parlamentar se opôs ao programa de comemorações e não foi o Presidente da Assembleia da República que, por sua decisão pessoal, riscou 25 de Novembro desse programa de comemorações", reforça.
Isto depois de a vice-presidente da Iniciativa Liberal, Angélique Da Teresa, ter defendido, em declarações à TSF, que a decisão de não incluir o 25 de Novembro nas comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril mostra que "o Partido Socialista está completamente entregue à extrema-esquerda".
"O Partido Socialista já anunciou, através do seu grupo parlamentar, que irá comemorar o 25 de Novembro", corrige Augusto Santos Silva.
"Agora, para nós é claro que a primeira data a comemorar, os primeiros 50 anos a comemorar, é a data do 25 de Abril, que é a revolução democrática, é "o dia inicial, inteiro e limpo'. E depois, "o Partido Socialista certamente comemorará os 50 anos do 25 de Novembro", assegura o Presidente da Assembleia da República.
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"Porque o 25 de Novembro foi também a data em que foram superados um golpe de esquerda, ou extrema-esquerda, e um contragolpe de extrema-direita, e foi com institucionalizada toda uma democracia parlamentar pluralista em Portugal, em que todos os partidos políticos que aceitam os valores constitucionais têm cabimento", justifica.
O plano da Assembleia da República para comemorar os 50 anos do 25 de Abril começa em 2024 e termina em 2026, quando se assinalam os 50 anos da Constituição. O 25 de Novembro, que levou ao fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC), não entra nas comemorações por não ter sido considerada uma data consensual.
"Na comissão organizadora, nós decidimos que assumíamos como programa da AR datas que tivessem uma leitura consensual entre nós. A revolução própria dita, as primeiras eleições livres, a aprovação da Constituição e as primeiras eleições para Presidente da República e para a AR", explicou Augusto Santos Silva na apresentação pública do plano, em outubro.