«Gostei mais de ver Soares aqui do que na Universidade de Verão do PSD», diz Alegre
À chegada ao congresso do PS, Manuel Alegre afirmou que gostou de mais de ver Mário Soares em Braga do que na Universidade de Verão do PSD e defendeu que os socialistas têm de «retomar o gosto» pela liberdade interna.
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«Gostei mais de o ver aqui [no congresso do PS] do que na Universidade de verão do PSD«, declarou o ex-candidato presidencial à chegada ao congresso dos socialistas, depois de questionado pelos jornalistas se apreciou a intervenção feita na sexta-feira pelo ex-chefe de Estado Mário Soares.
Depois desta referência, Manuel Alegre acabou no entanto por se mostrar em completa sintonia com as declarações feitas na véspera por Mário Soares no congresso de Braga sobre a forma de Portugal cumprir o memorando da "troika".
«O memorando da 'troika' não é a Bíblia, não é um texto sagrado e há muitas maneiras de o interpretar e aplicar. O PS não tem que ir a reboque com uma posição seguidista face ao fundamentalismo com que PSD e CDS estão a interpretá-lo. É preciso que o PS seja ele próprio, o PS sempre foi a casa da esquerda democrática», disse.
Interrogado se defende a introdução na Constituição da República de limites definidos para o défice e dívida pública, o ex-candidato presidencial referiu que na sua opinião tal «não é necessário».
Sobre a vida interna dos socialistas, Manuel Alegre elogiou o discurso proferido por António José Seguro na sessão de abertura do congresso, sustentando que o PS «escolheu um bom líder».
«Reconheço-me inteiramente no que disse [António José Seguro]», declarou, antes de dizer que o novo secretário-geral «enfrentará não só um ciclo diferente na vida do partido, mas também um ciclo diferente no país e na História».
De acordo com Manuel Alegre, nos próximos anos, Seguro «tem de mudar de política, tem de mudar o país e tem de mudar tudo».