Governo português distancia-se do envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia
Ministérios da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros alerta que este tipo de armamento "pode provocar vítimas numa área muito alargada" e "mesmo muito tempo" depois de ser lançado.
Corpo do artigo
Os ministérios da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros sublinharam este sábado, numa resposta enviada à TSF, que Portugal "é signatário da Convenção de Oslo sobre Munições de Dispersão, que promove a proibição de bombas de fragmentação" como as que os Estados Unidos vão enviar à Ucrânia e distancia-se da decisão.
A TSF tinha questionado os ministérios sobre a posição do Governo português perante a iniciativa da Casa Branca e, numa curta resposta, as tutelas sublinham que este tipo de armamento "pode provocar vítimas numa área muito alargada e, por vezes, mesmo muito tempo depois de terem sido lançadas".
Ainda assim, os ministérios de Helena Carreiras e João Gomes Cravinho garantem que Portugal "continuará a apoiar a Ucrânia na sua legítima defesa contra a invasão ilegal e injustificada por parte da Rússia" pelo tempo "que for necessário" e a nível "político, militar, financeiro e humanitário".
As bombas de fragmentação são proibidas em vários países, principalmente na Europa, signatários da Convenção de Oslo de 2008, da qual nem os Estados Unidos, nem a Ucrânia, nem a Rússia são parte.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a decisão de entregar bombas de fragmentação à Ucrânia foi "muito difícil", mas "a coisa certa a fazer".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).