Hospitais da região do Cávado estão com dificuldades em preencher escalas. Médicos recusam fazer mais que 150 horas extraordinárias legalmente previstas.
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Depois de 11 dias encerrada no mês de agosto e quatro em setembro, a urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Braga volta a encerrar no próximo fim de semana. A informação foi comunicada esta terça-feira pela unidade hospitalar.
Além da urgência também o bloco de partos estará encerrado entre as 8h00 de sexta-feira e as 8h00 de segunda-feira, 9 de outubro.
Durante o condicionamento, está apenas garantido o bloco de partos para as utentes e grávidas que estejam internadas no hospital. Em casos de urgência as grávidas e parturientes devem optar por se deslocar a um dos outros hospitais da região: Hospital Senhora da Oliveira em Guimarães, Hospital de Famalicão ou de Viana do Castelo.
A situação poderá repetir-se ao longo do mês, visto que as escalas estão a ser fechadas semanalmente.
Na região do Cávado, também o Hospital de Barcelos apresenta constrangimentos devido à recusa dos médicos em ir além das 150 horas extraordinárias legalmente previstas.
Na cidade dos galos, a urgência de cirurgia estará encerrada durante todo o mês de outubro. Constrangimentos que irão atingir também a urgência de medicina interna que a partir do dia 7 irá deixar de funcionar aos fins de semana. Uma situação que já levou o presidente do Município de Barcelos, Mário Constantino, a apelar a um entendimento entre as partes entre o Ministério da Saúde e os médicos.
"Nós entendemos as preocupações dos médicos porque, efetivamente, estão desde janeiro a aguardar uma solução e têm tentado sensibilizar o Ministério da Saúde para as suas dificuldades. No entanto, fazemos um apelo aos médicos para que também tenham alguma flexibilidade porque é muito penalizador para os utentes ficar tanto tempo sem serviço de urgência", declara.
De acordo com a administração do Hospital de Barcelos, dos oito médicos que fazem urgência de Cirurgia "nenhum se manifestou disponível para fazer mais horas extraordinárias além das obrigatórias, e em Medicina Interna são 10 em 12 os médicos que também recusam ir além das 150 horas extraordinárias previstas na lei.
Recorde-se que com o fecho da urgência de cirurgia e medicina interna aos fins de semana, os doentes serão transferidos para os Hospitais de Braga ou Porto.