Infarmed encontra irregularidades na preparação de medicamentos no IPO de Lisboa
O relatório a que a TSF teve acesso identifica mais de uma dezena de não-conformidades críticas.
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O Infarmed encontrou várias irregularidades na preparação dos medicamentos que são dados aos doentes do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. A autoridade do medicamento define agora prazos para serem apresentadas soluções.
Esta quarta-feira de manhã a antiga responsável pelos serviços farmacêuticos, Rute Varela, e a presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa, Eva Falcão, foram ouvidas no Parlamento, onde confirmaram que já receberam o relatório do Infarmed.
"Já recebemos o relatório e posso dizer que temos 14 não-conformidades críticas, das quais dez são referentes às condições de trabalho, pressões e temperaturas; 34 são não-conformidades maiores e seis que são referentes a documentação", adiantou Rute Varela.
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As provas das condições em que os medicamentos já estão a ser preparadas e, de acordo com Eva Falcão, os medicamentos vão passar a ser preparados num "contentor especializado".
O relatório a que a TSF teve acesso refere a falta de uma dupla verificação na preparação de citotóxicos (substâncias usadas nos tratamentos de quimioterapia), problemas no acondicionamento para evitar a contaminação na desinfeção de materiais e até nas fardas dos técnicos que trabalham nas salas de preparação.
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Além disso, é dado conta de que não era clara a proibição de voltar a utilizar medicamentos abertos há mais de 24 horas e de outras avarias recorrentes desde 2022.
O Infarmed pede "no prazo de dez dias, um plano de medidas corretivas para as não-conformidades notificadas como 'críticas' e 30 dias para as não-conformidades classificadas como 'outras'".
Os serviços farmacêuticos do IPO de Lisboa preparam cerca de 350 medicamentos por dia, para serem usados em quase 200 tratamentos. O Infarmed avançou com uma inspeção depois de todos os todos os profissionais do instituto de oncologia de Lisboa terem apresentado uma escusa de responsabilidade, em outubro deste ano.