O secretário-geral do PCP afirmou que Portugal entrou «numa nova fase» e apelou aos portugueses que demonstrem a sua «indignação» nas ruas.
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«Entrámos numa nova fase, a situação que vivemos exige que cada um - trabalhador, pensionista, jovem, mulher, pequeno agricultor ou empresário - demonstre o seu descontentamento e indignação, se junte à corrente de protesto e de rejeição desta política e deste pacto [da ajuda externa], que engrosse com a sua determinação e confiança num país e numa vida melhor a luta organizada e consequente dos trabalhadores e do povo», afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder dos comunistas portugueses referiu as recentes medidas de austeridade anunciadas pelos Governo e apelou em concreto à participação nos protestos já convocados pela CGTP: a manifestação de 29 de setembro, o «dia nacional de luta» de 01 de outubro e a «marcha contra o desemprego» de 5 a 13 de outubro.
Jerónimo de Sousa defendeu que só o «desenvolvimento da luta» poderá levar a uma «política alternativa», que disse ter de ser «patriótica de esquerda».
Questionado se a concretização dessa política alternativa passaria por um novo Governo de esquerda, que integrasse uma aliança PCP/PS, Jerónimo de Sousa respondeu que «sem uma rutura com esta política, sem uma rejeição do pacto de agressão que o PS assinou muito dificilmente se pode encarar uma aliança politica para realizar esta política patriótica de esquerda».
«Era uma ilusão enorme se se fizessem acordos, alianças por cima sem uma definição de política. Está o PS em condições de assumir essa política patriótica de esquerda? De rasgar o seu compromisso com a 'troika' estrangeira?», questionou.
Neste contexto, afirmou não esperar «grande coisa» da declaração que hoje o líder do PS fará hoje às 20:00.
Em relação a um eventual pedido de uma audiência ao Presidente da República, como fez o PS, Jerónimo de Sousa rejeitou essa possibilidade, sublinhando que Cavaco Silva, «em momentos decisivos, foi sempre corresponsável por esta política».