Alexandra Leitão, António Lobo Xavier e Pacheco Pereira mostraram-se favoráveis à realização da JMJ no programa "O Princípio da Incerteza", mas lembram que há questões a que não se deve fugir.
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A deputada socialista Alexandra Leitão mostra-se favorável à realização da Jornada Mundial da Juventude, mas diz que há questões a que não se deve fugir.
"O assunto do retorno deve ser encarado porque, por ser um evento religioso, não está imune à questão do retorno. Tal como por ser um evento religioso também não está imune à discussão sobre os ajustes diretos, porque eu vejo muito maior tolerância relativamente aos ajustes diretos por ser um evento religioso, do que veria se fosse um evento cultural o evento desportivo e é essa a parte com que não concordo. Na parte logística é um evento como outro qualquer", defendeu Alexandra Leitão no programa da TSF e CNN "O Princípio da Incerteza".
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Já o centrista António Lobo Xavier não tem dúvidas de que o evento vai trazer um retorno muito superior aos gastos públicos.
"Se alguém mostrar que este evento não se paga a si próprio ou não produziu uma vantagem para o país, eu sou já o primeiro oferecer-me para uma subscrição pública levada a sério para devolver ao Estado o que o Estado, alegadamente, deu estas jornadas. É tão desproporcionada e visível a vantagem que traz ao país, medida por esses aspetos, que não vale a pena falar disso. A desproporção entre as vantagens e o gasto, do ponto de vista económico, é tão grande que estarei já à frente de quem demonstrar que não existe isto de que eu estou a falar", afirmou Lobo Xavier.
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Também Pacheco Pereira se mostra favorável à realização da JMJ, mas pede uma revisão do papel da Igreja Católica em Portugal.
"Devia-se discutir as isenções que a igreja tem, devia-se discutir quais são os compromissos que a igreja tem em relação aos portugueses e em relação ao Estado pelo facto de, por exemplo, não pagar impostos na maioria dos casos. Ou pelo facto de ter uma espécie de tribunal privado, que foi o que permitiu que a questão da pedofilia ganhasse a dimensão que ganhou, que foi efetivamente ela podia ser presa dentro das regras interiores da igreja. A igreja aí comportou-se como uma organização criminosa. Sei que o termo é forte, mas foi mesmo isso. Dito isto, desejo que as Jornadas Mundiais da Juventude corram bem", acrescentou Pacheco Pereira.
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Pacheco Pereira, Lobo Xavier e Alexandra Leitão no programa da TSF e CNN "O Princípio da Incerteza", para ouvir na rádio esta segunda-feira, em repetição, depois das notícias das 13h.