Livre considera existir "clara degradação" na relação entre Parlamento e Governo
Rui Tavares foi a Belém dizer ao Presidente da República que há uma "clara degradação no ambiente de trabalho entre o Parlamento e o Governo". Cenário de dissolução? Tudo está nas mãos do primeiro-ministro e na capacidade de ser dialogante.
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"Degradação". Esta é a palavra-chave para Rui Tavares, deputado único do Livre, que foi a Belém deixar claro que Marcelo Rebelo de Sousa pode "fazer mais" num papel de mediador da relação entre a Assembleia da República e o Governo.
À saída do encontro com o Presidente da República, Rui Tavares fez questão de sublinhar na declaração inicial que apresentou as preocupações do Livre em relação ao ambiente político" do país, considerando que "há uma clara degradação das condições de trabalho entre órgãos de soberania".
"Viemos dizer ao senhor Presidente da República que é preciso fazer mais. Não estaria aqui a falar da relação Parlamento-Governo, em Belém, se não achasse que Belém tivesse um papel muito importante em trazer esta necessidade para o centro do debate político", nota.
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Questionado se já desapareceu o fantasma da crise política e da dissolução do Parlamento, Rui Tavares diz que "não é o Livre que tem na mão haver uma dissolução na mão" e que "quem tem na mão haver uma dissolução ou não é o Governo e o primeiro-ministro pelo tipo de liderança e coordenação que imprimir e deixar de imprimir ao Governo".
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"Achamos que o Governo deve governar como prometeu, de forma dialogante, e que se o fizer em diálogo com o Parlamento, evitaremos uma crise política em que o país pode estar a saltar da frigideira para o fogo, ou seja, para uma situação de incerteza em relação ao nosso futuro político e com uma possibilidade de maioria de direita e extrema-direita que poria em causa os fundamentos da nossa democracia e do nosso Estado de Direito", afirma o deputado único do Livre.
Para Rui Tavares, "infelizmente, vão ficando cada vez menos dúvidas de que a direita em Portugal estaria bastante aberta, por muito que tente às vezes evitar o assunto, a governar com a extrema-direita". "O Livre existe para evitar esse cenário", conclui.