A responsável garantiu que "a seu tempo, caso se venha a revelar oportuno, serão prestados os esclarecimentos que vierem a considerar-se pertinentes".
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A procuradora-geral da República, Lucília Gago, afirmou esta segunda-feira que as "investigações prosseguem" no caso das gémeas.
"E a seu tempo, caso se venha a revelar oportuno, serão prestados os esclarecimentos que vierem a considerar-se pertinentes", disse Lucília Gago à entrada da Polícia Judiciária, onde vai participar numa conferência dedicada à corrupção desportiva.
Lucília Gago foi questionada pelos jornalistas depois de se ter sabido que a investigação ao caso das gémeas terá começado no dia 7 de novembro. Data em que foi ao Palácio de Belém reunir com Marcelo sobre a operação Influencer.
O caso envolve duas crianças gémeas residentes no Brasil que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros, e foi divulgado pela TVI, em novembro, que denunciava uma alegada interferência do Presidente da República.
Na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que o seu filho o contactou sobre a situação das gémeas luso-brasileiras que mais tarde vieram a receber o medicamento no Hospital de Santa Maria e defendeu que o tratamento que deu a este caso foi neutral e igual a tantos outros.
O assunto está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria.
Questionado sobre a intervenção do seu filho neste caso, o chefe de Estado considerou que "quis ser solidário, quis apresentar, mandou o caso", disse não saber se contactou alguém do Ministério da Saúde e que parte do princípio de que não invocou o seu nome nem a relação entre os dois, o que seria "totalmente inaceitável".