À TSF, o comandante da ANEPC, Rodrigo Bertelo, adianta que se espera um dia complicado no terreno. Ainda assim, será melhor do que no domingo devido à "redução das temperaturas prevista" para esta segunda-feira.
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Mais de 1500 bombeiros combatiam 35 fogos em Portugal continental às 07h30 desta segunda-feira, sendo o incêndio que deflagrou na quinta-feira em Ourém, no distrito de Santarém, o que mais meios mobilizava, segundo dados da proteção civil.
De acordo com informação disponível na página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), um total de 1505 operacionais, apoiados por 459 veículos, combatiam 35 incêndios, cinco dos quais ativos, cinco em resolução e 25 em conclusão.
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O incêndio que deflagrou às 16h37 de quinta-feira na localidade de Cumeada, concelho de Ourém, no distrito de Santarém, era às 07h30 o que mais meios mobilizava com 585 operacionais, apoiados por 196 veículos.
Também o incêndio que deflagrou às 15h50 de sexta-feira em Vale da Pia, concelho de Pombal, no distrito de Leiria, mobilizava 343 operacionais, com o apoio de 109 veículos.
Por dominar continuava também o fogo que deflagrou às 15h15 de domingo no Canedo, concelho de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, que às 07h30 estava a ser combatido por 140 operacionais, com o auxílio de 140 veículos.
O fogo que deflagrou às 15h54 de quinta-feira na freguesia de Marzagão, concelho de Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, encontrava-se dominado, estando a ser combatido por 126 operacionais, com o auxílio de 38 veículos.
O comandante da ANEPC, Rodrigo Bertelo, adianta que esta segunda-feira será um dia complicado no terreno, mas, ainda assim, será melhor do que no domingo.
"Houve uma redução prevista das temperaturas para hoje, apesar de na terça-feira voltarem a aumentar e houve alguma entrada de humidade. De qualquer forma, será certamente um dia complicado, com temperaturas elevadas, contamos que não sejam tão elevadas quanto ontem, mas vamos preparar para que tudo corra pelo melhor", sublinha, em declarações à TSF.
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Cenário em Ourém e Ribeira de Pena já está melhor, mas houve "momentos muito difíceis"
Em Pombal e em Ourém mantêm-se mais de 900 homens. Neste momento, tudo está um pouco melhor, mas têm sido dias extremamente difíceis, afirma Luís Albuquerque, presidente da câmara de Ourém.
"Viveram-se momentos muito difíceis, o desespero das pessoas como é evidente, mas no nosso concelho, os bombeiros, com um grande trabalho, conseguiram evitar males maiores e evitar que o fogo se propagasse a qualquer habitação", avança, em declarações à TSF.
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Mais a Norte, em Ribeira de Pena, Vila Real, estão uma centena e meia de operacionais. Também neste incêndio, as autoridades acreditam que os piorem momentos já passaram. Também ouvido pela TSF, João Noronha, presidente da câmara de Ribeira de Pena, diz que se evitou uma tragédia de grandes proporções. Suspeita de mão criminosa, mas também aplaude o esforço de quem andou no combate.
"Os nossos homens, com uma força terrível de vontade, conseguiram combater este inimigo silencioso, cuja origem as entidades competentes deverão estar a averiguar, mas tudo indica que é sempre mão criminosa. Penso que só com esta força terrível das pessoas que lá andaram envolvidas, todos os meios que foram disponibilizados, foi possível evitar um incêndio de dimensões muito grandes", defende.
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"Prontidão máxima obriga-nos a estarmos preparados para podermos agir preventivamente e reagir rapidamente"
Em Viana do Castelo, está reunida a comissão distrital de Proteção Civil. O distrito não foi dos mais atingidos nesta vaga de incêndios, mas Miguel Alves, presidente da comissão e da câmara de Caminha, quer prevenir.
"Prontidão máxima obriga-nos a estarmos preparados para, durante estes dias e até à próxima sexta-feira, em particular de amanhã, podermos agir preventivamente e reagir rapidamente. Agir preventivamente é colocarmos todos os nossos meios em vigilância, preparar todas as máquinas agrícolas, termos as juntas de freguesias, os baldios, as câmaras municipais em prontidão, termos os motoristas preparados, termos as cisternas de água completamente cheias. Isso é estar a agir preventivamente, conjuntamente com a população que deve também vigiar comportamentos que não são adequados nesta altura. Agir rapidamente precisa de podermos ir para o terreno rapidamente, não haver nenhuma desculpa para não irmos às primeiras ignições, de modo a evitar aquilo que é preciso evitar neste momento, ou seja, que os incêndios cresçam, se propaguem e sejam depois muito difíceis de combater", considera, em declarações à TSF.
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Portugal continental entrou esta segunda-feira às 00h00 em situação de contingência, que deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas poderá ser prolongada caso seja necessário.
A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Devido à situação de risco, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão Europeia mobilizou, no domingo, dois aviões espanhóis para combater os incêndios no território português.
* Notícia atualizada às 10h10