Os alertas de Marcelo sobre a desigualdade e a sustentabilidade e os elogios a Yunus
O Presidente da República considera "essencial" falar sobre a sustentabilidade, mas é preciso ter atenção à "pobreza" e à "desigualdade" que existe no mundo.
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O Presidente da República alertou, esta sexta-feira, para a importância da sustentabilidade e das desigualdades sociais e económicas, elogiando, ao mesmo tempo, o professor bengalês Muhammad Yunus, vencedor do Prémio Nobel da Paz em 2006.
"Falar na sustentabilidade é essencial", afirmou Marcelo num longo discurso no Fórum da Sustentabilidade e Sociedade, em Matosinhos, alertando, por outro lado, que "a pobreza existe em escalas diferentes em todas as sociedades e é um grande problema para a sustentabilidade".
Citando Yunus, o Presidente da República disse que "temos que olhar para a macroeconomia, mas perceber que por trás da macroeconomia estão pessoas com os seus problemas micro".
Por isso, "a sustentabilidade tem de olhar para esse desafio". "Saber como é que vamos compatibilizar aqueles setores que avançam mais depressa e atingem as metas mais depressa e dão os números macro muito bons e os outros [setores] que beneficiam colateralmente desses avanços mas não avançam tão depressa", referiu Marcelo.
O chefe de Estado relembrou que "todos os anos, a certa altura, já estamos a gastar recursos que não temos e a delapidar as futuras gerações", destacando a importância da luta dos políticos e empresas "por metas e políticas mais ambiciosas". Mais uma vez, referindo-se a Yunus, Marcelo sublinhou que a "sustentabilidade é para as pessoas viverem melhor no dia a dia".
Porém, há um grande problema, reforçou. "É que existem desigualdades, a sustentabilidade não pode ignorar que uma da suas preocupações é reduzir as desigualdades entre povos", assinalou, acrescentando: "Este mundo está desequilibrado e um mundo desequilibrado é um mundo com guerras."
Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que no setor energético, Portugal tem "conseguido avançar" nas renováveis, na descarbonização e no digital. Por outro lado, "estamos mal classificados" na economia circular.
Elogiando Muhammad Yunus, o chefe de Estado refere que o Nobel da Paz "é um sopro de vida", com um pensamento "visionário, inovador" e "universal" que "nunca envelhece".
* Notícia atualizada às 11h50