Marcelo pede à banca que faça um "esforçozinho" para melhorar remuneração dos depósitos
Se os certificados de aforro estão a fazer concorrência às aplicações bancárias, os bancos têm de agir e apresentar propostas mais atrativas, defende o Presidente da República.
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Marcelo Rebelo de Sousa diz que é preciso "um esforçozinho" da banca para aumentar a remuneração dos depósitos a prazo, já que a grande procura por certificados de aforro prova que "os portugueses acham que aquilo que a banca está a pagar é pouco".
Em declarações aos jornalistas este sábado, à margem da visita à Feira Nacional da Agricultura, o Presidente da República nota que "quando as pessoas apostam em taxas de juro de três vírgula tal é porque recebem na na banca um terço".
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Marcelo Rebelo de Sousa reagia à decisão do Governo de substituir os certificados de aforro da série E - que tinham uma taxa base máxima de 3,5%, bastante acima das atuais ofertas bancárias - pela série F, com um teto máximo de taxa base mais baixo, de 2,5%, defendendo que a banca não pode esperar não ter concorrência.
"A banca não pode esperar, sem meditar sobre matéria, que tenha sempre uma situação em que, quando começa a aparecer uma utilização alternativa em relação aos depósitos que os portugueses consideram mal pagos, continuar a coisa na mesma, porque essas utilizações alternativas não vão ser mais usadas. Não pode, tem que fazer um esforçozinho, no mínimo um esforçozininho" para perceber que está oferecer uma renumeração pouco atrativa.
Os bancos têm de ter em conta que "a situação não é indefinidamente deixar, ou suspender, ou adiar, ou deixar de recorrer a esses meios alternativos de poupança", pelo que devem "precaver-se para o futuro", reforçou.
A rentabilidade dos certificados de aforro tem atraído muitos portugueses e, em janeiro, o valor aplicado nos títulos de dívida pública emitidos pelo Estado Português atingiu o máximo desde 1998, ascendendo a 22.534 milhões de euros.
A série F de certificados de aforro fica disponível a partir de segunda-feira. A taxa base aplicável será determinada mensalmente, para vigorar durante o mês seguinte, e corresponde à média dos valores da Euribor a três meses nos 10 dias úteis anteriores, "não podendo ser superior a 2,50% nem inferior a 0%",
A estrutura de prémios de permanência crescentes começa em 0,25% entre o 2º e o 5º anos e permite atingir 1,75% adicionais à taxa base nos últimos dois anos do prazo máximo de subscrição.