Mira Amaral acusa Costa de ser "luso-comunista" e urge PSD a travar "mexicanização do regime"
Nas jornadas parlamentares do PSD, Mira Amaral traçou as semelhanças e diferenças entre António Costa e Pedro Nuno Santos e aconselhou os sociais-democratas a insistir na redução do IRC.
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Miral Amaral, antigo ministro da Economia dos Governos de Cavaco Silva, acusou esta segunda-feira António Costa e o PS de serem "luso-comunistas" e de pretenderem perpetuar-se no poder.
À procura de inspiração para eventuais vitórias eleitorais, o PSD foi buscar Mira Amaral, ministro do Trabalho da Indústria e da Energia dos governos do PSD liderados por Cavaco Silva, o obreiro de maiorias absolutas.
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"Este primeiro-ministro e este PS são luso-comunistas", atirou o antigo governante, que recuou ao Processo Revolucionário Em Curso (PREC) para justificar a acusação: "A luta é do comunismo estalinista do PCP e aqueles que lhe incutiu o comunismo, mas no contexto da democracia liberal em que nós vivíamos. É nesse sentido que eu chamei a este primeiro-ministro e a este PS luso-comunista, uma mistura entre o eurocomunismo à italiana e o socialismo bolivariano à venezuelana."
Mira Amaral considera que existe uma tentativa do PS de se perpetuar no poder, deixando por isso um conselho aos deputados social-democratas.
"Meus caros amigos, vocês têm uma responsabilidade muito grande de tentar evitar a mexicanização do regime e tentar dar uma volta a isto", alertou, afirmando ainda que, chegando ao Governo, os sociais-democratas "terão uma vida muito complicada" com o aparelho do Estado.
Nas jornadas parlamentares do PSD, Mira Amaral traçou as semelhanças e diferenças entre António Costa e Pedro Nuno Santos e aconselhou o PSD a insistir na redução do IRC, merecendo o aplauso dos deputados social-democratas quando criticou o atual Executivo.
"É que o primeiro-ministro é muito mais pragmático do que Pedro Nuno Santos e percebe a importância do enquadramento europeu e dos fundos europeus no país e está no pragmatismo que o outro não tem", defendeu, antes de avançar para a relação com a esquerda.
"Ambos gostam muito do PCP. O Pedro Nuno Santos tem paciência para aturar o Bloco de Esquerda (BE) e o primeiro-ministro não tem paciência para aturar o BE. O BE tem alta volatilidade, aquilo que nós chamaríamos no mercado de capitais um beta muito elevado e aí o primeiro-ministro não tem paciência para o aturar", concluiu.
Mira Amaral considera ainda que o Governo socialista segue uma política de elevada despesa pública e ainda maior carga fiscal e que a solução do PSD deveria ser menos despesa e menos impostos. Se o PSD propõe agora a redução do IRS, o antigo ministro deixa um conselho.
"Não podemos pensar apenas no IRS, temos de pensar no IRC, embora eu perceba que, do ponto de vista político, o IRS apanha mais gente do que o IRC".
Um conselho que, por antecipação, o PSD já aceitou, prometendo no debate orçamental avançar com propostas para reduzir o IRC.