O presidente do PSD reagiu às declarações de Medina, que anunciou que o Governo quer alargar a mais famílias o regime de apoio ao crédito à habitação.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, acusou o Governo de andar a apresentar medidas a conta-gotas depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, adiantar ao jornal Público que o Executivo vai alargar o regime de apoio à bonificação do crédito à habitação a mais famílias e quer que os bancos ofereçam taxa fixa a quem já tem créditos. Para o social-democrata, o Governo anda a empatar.
"As medidas são sempre apresentadas assim, às pinguinhas, e muito mais tarde do que aquilo que é a necessidade das pessoas. Aquilo que posso registar é que o Governo anda a empatar as soluções. Ontem tive ocasião de dizer a propósito, nomeadamente das obras na habitação que estão a decorrer aqui na Região Autónoma da Madeira. Aliás, estou a olhar precisamente para máquinas que estão aqui a construir também habitações a custos acessíveis na Calheta. Tudo funciona muito devagar, tudo funciona muito devagarinho, tudo funciona sempre muito tarde. Precisamos de antecipar problemas e antecipar soluções também", acusou Montenegro, que está na Madeira a cumprir uma nova etapa do programa Sentir Portugal.
O Governo vai alargar o regime de apoio à bonificação do crédito habitação a mais famílias e quer que a banca ofereça taxa fixa a quem já tem créditos. Numa entrevista ao jornal Público, Fernando Medina fala neste alargamento às famílias que têm uma taxa de esforço acima dos 50%, assim que o indexante ultrapasse os 3%, explicando que, como os indexantes já ultrapassam este valor em todas as maturidades, "a generalidade das famílias que cumpram os critérios da lei vão poder beneficiar de um apoio relativamente à sua prestação da casa"
Fernando Medina aponta ainda para uma "segunda dimensão" desta alteração que o Governo pretende fazer, para levar a que todas as famílias que recebam este apoio passem a beneficiar em 75% do acréscimo da taxa de juro face aos 3% (agora, é de 50% no quinto e sexto escalões).
Questionado sobre se a medida que estava em vigor não estava a produzir efeito, Medina responde: "as taxas de juros estão num nível em que já são altas demais para o encargo que as famílias podem suportar, nomeadamente nos contratos mais recentes, que ainda não tinham subido o suficiente para que o mecanismo fosse eficaz".