Ministério Público confirma abertura de inquérito a caso de alunos do curso de Comandos hospitalizados
Seis militares do curso 138 dos comandos tiveram de ser hospitalizados.
Corpo do artigo
O Ministério Público está a investigar o caso dos seis alunos do curso de Comandos que foram hospitalizados. À TSF, a Procuradoria-Geral da República confirma, esta segunda-feira, a abertura do inquérito, que está nas mãos do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Na semana passada, o semanário Expresso avançava que o episódio já estava a ser investigado pela Polícia Judiciária Militar. Os seis militares do curso 138 dos Comandos tiveram de ser hospitalizados. Um dos instruendos teve mesmo de receber um transplante de fígado e está ainda internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde recebeu uma visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O episódio levou o Estado-Maior do Exército a suspender o curso 138 dos Comandos. O Exército aguarda as conclusões do processo de averiguações, "que deverão ser apuradas com brevidade", para avaliar a necessidade de adaptações, após os recentes incidentes com militares hospitalizados.
15172156
O ramo indicou um total de seis intervenções em estabelecimento hospitalar no âmbito do 138.º curso: ao militar que está internado, a um segundo militar que sofreu uma interrupção respiratória e teve alta na semana passada, e ainda a quatro militares no Hospital das Forças Armadas, no polo de Lisboa, "decorrente da revista de saúde feita a todos os instruendos, em 08 de setembro".
Dylan da Silva e Hugo Abreu, na ocasião com 20 anos, morreram e outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados durante a "prova zero" (primeira prova do curso de Comandos), que decorreu em Alcochete, Setúbal, em 04 de setembro de 2016.
Oito oficiais, oito sargentos e três praças, todos dos Comandos, a maioria instrutores, foram acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física. Segundo a acusação, os arguidos atuaram com "manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos".