"Não estamos aqui para nos apropriarmos." Montenegro na Madeira para "se inspirar"
Líder do PSD nacional revela que o entrosamento com Miguel Albuquerque é tanto que chega a dizer que falam por "sinais de fumo", mas esta sexta-feira preferiu estar presente.
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Até costumam falar por "sinais de fumo", mas esta sexta-feira, último dia de campanha para as eleições regionais na Madeira, Luís Montenegro fez questão de ir ter com Miguel Albuquerque à ilha para um passeio ombro a ombro.
Percorreram a principal avenida do Funchal, foram cumprimentando vários madeirenses, e o líder do Governo Regional foi apresentando Montenegro como "futuro primeiro-ministro de Portugal". Apesar do aparente elogio, lembrou que "na Madeira quem governa é ele".
Albuquerque procura a reeleição com maioria absoluta, e Luís Montenegro garantiu, em declarações aos jornalistas, que o PSD nacional não foi à procura de lucrar com os resultados que o PSD-Madeira consiga atingir.
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"Nós não estamos aqui para nos apropriarmos de nada. Estamos aqui porque somos do mesmo partido, da mesma organização, com os mesmos princípios de intervenção política, e até lhe posso dizer mais, estamos aqui também para nos inspirarmos", assinalou Montenegro perante a insistência dos jornalistas.
De facto, no próximo ano há eleições europeias, antes do final do mandato de Montenegro à frente do PSD, e Miguel Albuquerque até já pediu a vitória. Se não acontecer, o líder do PSD Madeira defende que Montenegro "deve-se demitir".
O clima com Albuquerque é, sobretudo, o de um "entrosamento muito grande", de acordo com o líder nacional. Tão grande que, confessou Montenegro, às vezes nem há palavras: "Costumo dizer que eu e Miguel Albuquerque falamos por sinais de fumo, quase nem precisamos de falar."
Conversando muito ou pouco, ambos entenderam que fazia sentido que o líder nacional do partido estivesse na campanha na Madeira. E estando na ilha, Montenegro quis garantir aos madeirenses que o PSD estará "ao lado do Governo regional da Madeira no aprofundamento da autonomia, na resolução dos problemas reais que os madeirenses e porto-santenses têm, de acordo com aquilo que a Constituição prevê, desenvolvendo até e aprofundando aquilo que a Constituição hoje permite do ponto de vista da autonomia".
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.