Novo aeroporto. Autarca de Santarém "estranha" exclusão e garante que vai analisar relatório da CTI
Ricardo Gonçalves insiste, na TSF, que Santarém é a opção que garante melhor coesão territorial.
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O presidente da Câmara de Santarém garante que vai analisar o relatório apresentado esta terça-feira pela Comissão Técnica Independente sobre a localização do novo aeroporto, mas revela que "estranha", desde já, que só agora sejam apontadas razões aeronáuticas para excluir a cidade como opção.
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"Esta era uma situação que estava verificada desde sempre pelos promotores e também nunca foi colocada até agora. Dizem que há um relatório recente da NAV Portugal - Navegação Aérea, que na solução até às quatro pistas - e eu posso ter percebido mal - nos dizia que da terceira para a quarta pista poderia haver dificuldades", explica Ricardo Gonçalves, em declarações à TSF.
O edil acrescenta ainda que isto implica "um volume de muitos milhões de passageiros", mas como a escolha foi feita tendo em conta "a solução num todo", existiam problemas para a "situação de Santarém".
Ricardo Gonçalves vê igualmente com alguma apreensão o facto de a opção Alcochete não ter um promotor conhecido, ao contrário de Santarém e Montijo.
"Mas há outras situações do ponto de vista da avaliação que eu estranho: parte de uma avaliação para Alcochete potencial, ou seja, daqui a 40 anos Alcochete vai ter uma nova travessia, vai ter infraestruturas e elas vão ser valorizadas como investindo já, enquanto outras infraestruturas que já existem acabam por não serem valorizadas e são questões que deixam algumas dúvidas no ar", sublinha.
O autarca insiste que Santarém é a opção que garante melhor coesão territorial.
Uma resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definiu a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa, mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções, o que veio a acontecer.
O relatório entrará depois em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar "a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão", fará então o relatório final.
Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.
Nas cinco opções inicialmente consideradas estão uma solução dual, em que o aeroporto Humberto Delgado (AHD) terá o estatuto de aeroporto principal e o do Montijo o de complementar; uma outra solução dual alternativa, em que o aeroporto do Montijo adquirirá, progressivamente, o estatuto de aeroporto principal e o AHD o de complementar; a construção de um novo aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), que substitua, de forma integral, o AHD; uma outra solução dual, em que o AHD terá o estatuto de aeroporto principal e um aeroporto localizado em Santarém o de complementar; e a construção de um novo aeroporto internacional localizado em Santarém, que substitua, de forma integral, o AHD.
A estas opções, a CTI acrescentou mais quatro, nomeadamente AHD + Campo de Tiro de Alcochete; Vendas Novas + Pegões; AHD + Vendas Novas-Pegões e Rio Frio + Poceirão.
O quadro de avaliação estratégica para cada uma destas opções tem em conta "cinco fatores críticos" de decisão, nomeadamente segurança aeronáutica, acessibilidade e território, saúde humana e viabilidade ambiental, conectividade e desenvolvimento económico e investimento público e modelo de funcionamento.