O diretor do Museu Berardo insiste que as obras de Miró que pertenciam ao BPN deveriam ficar em Portugal. Já o representante português no Conselho Internacional dos Museus pediu a demissão do secretário de Estado da Cultura.
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O diretor do Museu Berardo insistiu, esta terça-feira, que as obras de Miró que pertenciam ao BPN deveriam ficar em Portugal e sublinhou que existiu uma «gestão desastrosa» com «consequências» neste caso.
«As obras têm de ser apresentadas, pensadas seriamente e encontrar-se um lugar para as obras em Portugal. São um bem público», sublinhou Pedro Lapa.
Em declarações à TSF, este historiador de Arte defendeu que, após a sua chegada a Portugal, uma vez que o leilão da Christie's foi cancelado, as obras «têm de ser analisadas, classificadas expostas».
«Penso que a classificação destes bens decorre necessariamente de um projeto político patrimonial», adiantou Pedro Lapa, que diz que o Governo deve aproveitar esta segunda oportunidade para proceder à classificação desta coleção.
Por seu lado, o representante português no Conselho Internacional dos Museus pediu a demissão do secretário de Estado da Cultura, apesar de dizer que até tem «apreço pessoal» por Jorge Barreto Xavier.
«Deveria refletir bastante sobre qual o seu papel no Governo, porque ou as decisões passaram por ele feridas de ilegalidade ou então passaram por outros departamentos do Governo e não se percebe porque existe o departamento que ele tutela», afirmou Luís Raposo.
Para o representante português no Conselho Internacional dos Museus, perante o facto de ter sido «chocantemente colocado posta em causa a atuação» de Jorge Barreto Xavier só existe uma opção, ou seja, a demissão.