Ordem dos Médicos espera que novo subdiretor-geral da Saúde traga "mais estabilidade" à DGS
André Peralta Santos Saúde foi nomeado para o lugar deixado vago após a renúncia de Rui Portugal.
Corpo do artigo
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, espera que a nomeação de André Peralta Santos para subdiretor-geral da Saúde traga alguma paz. O perito em saúde pública da Direção-Geral da Saúde foi nomeado para o lugar deixado vago após a renúncia de Rui Portugal, esta semana. E Carlos Cortes elogia o currículo do subdiretor-geral agora nomeado.
"É uma boa notícia. Um médico com uma perspetiva moderna de saúde pública, que já demonstrou as suas capacidades na própria Direção-Geral da Saúde e espero que venha acalmar um pouco algum desnorte que tem existido dentro da própria Direção-Geral da Saúde e instabilidade que a própria Ordem dos Médicos tem detetado nestas últimas semanas ou nestes últimos meses na Direção-Geral da Saúde. O processo de concurso para o novo diretor-geral de Saúde, que tem de ser concluído muito rapidamente, também vai ser importante para ajudarmos a que haja mais estabilidade na Direção-Geral da Saúde e que para que haja também uma melhor, maior cooperação com a Ordem dos Médicos", explicou à TSF Carlos Cortes.
TSF\audio\2023\06\noticias\06\carlos_cortes_acalmia
Já Bernardo Gomes, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, entende que é uma solução que garante a segurança da Direção-Geral da Saúde.
"Isto é uma boa solução no sentido de o André ser um profissional muito competente e acaba por ser também uma boa solução para assegurar a própria funcionalidade da Direção-Geral da Saúde. E também é importante não ficarmos com uma situação de instabilidade institucional. Nesse sentido, a disponibilidade do André para esta situação parece-me uma solução bastante boa neste momento. A solução é vista de uma forma de segurança da própria instituição. Agora o resto também o tempo dirá", considera Bernardo Gomes.
TSF\audio\2023\06\noticias\06\bernardo_gomes_boa_solucao
André Peralta Santos vai desempenhar funções em regime de substituição numa altura em que já está aberto o concurso para a nomeação de um novo diretor-geral para ocupar o lugar de Graça Freitas, que anunciou, no final do ano passado, que não permaneceria no lugar.
É especialista em saúde pública desde 2015 e assistente da carreira médica no Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central desde 2016.
É ainda pós-graduado em investigação pela Harvard Business School, mestre em saúde pública pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em saúde global pela University of Washington, Estados Unidos da América, onde foi bolseiro Fulbright.
O novo subdiretor-geral é professor assistente convidado na Escola Nacional de Saúde Pública, onde leciona nas áreas de Epidemiologia e Ciência de Dados, desenvolvendo investigação relacionada com os impactos de choques externos nos sistemas de saúde, em particular, as consequências de doenças infecciosas com potencial epidémico ou pandémico.
O prazo para receber candidaturas para o lugar de Graça Freitas termina dentro de nove dias. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, manifestou vontade de concorrer ao lugar mas, para já, ainda não confirma se vai formalizar essa vontade.
Na quinta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, assegurou que a DGS estava em "plenas funções" e que o concurso para o novo diretor-geral da Saúde deveria abrir nos "próximos dias".
No mesmo dia, a Iniciativa Liberal apresentou um requerimento para a audição urgente do ministro da Saúde sobre a Direção-Geral da Saúde (DGS), questionando que, se "existir uma emergência de saúde pública, quem é que atua" em Portugal.